pedra negra

Esse mesmo significado do nome Cibele está visivelmente ligado ao da “pedra negra”, que era seu símbolo. Sabe-se, de fato, que essa pedra tinha forma cônica e, como todos os “béticos” de mesma forma, deve ser considerado como uma figuração reduzida da montanha enquanto símbolo “axial”. Por outro lado, como as “pedras negras” sagradas são aerólitos, sua origem “celeste” leva a pensar que o caráter “ctoniano” ao qual nos referíamos no início só corresponde, na realidade, a um dos aspectos de Cibele. Além disso, o eixo representado pela montanha não é “terrestre”, mas sim liga o Céu e a Terra entre si. Não caberia, bem entendido, contestar que Cibele foi com frequência assimilada à “Terra-Mãe”, mas apenas indicar que ela tinha ainda outros aspectos. É aliás muito provável que o esquecimento mais ou menos completo destes, em decorrência da predominância atribuída ao aspecto “terrestre”, tenha dado origem a certas confusões, em especial àquela que levou à assimilação da “pedra negra” à “pedra cúbica”, que são no entanto dois símbolos muito diferentes.
[…] Não insistiremos mais sobre essas últimas considerações, visto que já tratamos do assunto com maiores detalhes. Lembraremos apenas, para terminar, que, de um modo geral, o simbolismo da “pedra negra”, com as diferentes situações e formas que pode assumir, está relacionado, do ponto de vista “microcósmico”, com as diversas “localizações”, no ser humano, do lûz ou do “núcleo” da imortalidade. [Guénon]


Sabe-se que o papel simbólico dos aerólitos, ou pedras caídas do céu, é muito importante, pois trata-se das “pedras negras” a que se referem muitas tradições, como aquela que representava a deusa Cibele ou a “Grande Deusa” — e, até, a que está incrustada na Caaba, em Meca, e que se relaciona à história de Abraão. Em Roma, também existia o lapis niger, sem falar dos escudos sagrados dos sábios, dos quais se dizia terem sido talhados em um aerólito dos tempos de Numa. [Guénon]


F. Ossendowsky relatou a história de uma “pedra negra” enviada antigamente pelo “Rei do Mundo” ao Dalai-Lama, depois transportada para Urga, na Mongólia, e que desapareceu há uma centena de anos; não sabendo do que se tratava, procurou explicar certos fenômenos, como a aparição de caracteres na superfície dessa pedra, presumindo que fosse uma espécie de ardósia. [Guénon]

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