R. Daumal, Le contre-ciel (1936; ed. completa póstuma 1955; prêmio Jacques Doucet 1935), “Clavículas de um grande jogo poético” (1930), 1-6, Gallimard, col. Poésie, 1970, p. 25-29.
É preciso que alguém venha e diga: essas coisas são assim.
Contanto que isso seja mostrado, que importa quem o diga: eu fiz a luz.
Pois a luz não é de ninguém.
Se há alguma verdade nessas Clavículas, não ousarei mais assinar meu nome a não ser a proposição:
[315 789 601 + 2 210 033 = 317 999 634] pois sou, no entanto, muito provavelmente, o primeiro a ter formulado de forma explícita.
Quando a palavra ‘eu intervém no poema acima, é como a enunciação de um ser metafísico, ou melhor, de um momento dialético, e não minha personalidade.