O pergaminho ou velino (material preparado com pele de vitela, carneiro e outros animais domésticos) era o principal material de escrita usado em toda a Europa na Idade Média. A fabricação de papel era conhecida na Espanha e na Itália no século XIII, mas não competiu seriamente com o pergaminho até fins do século XIV; de fato, o total e definitivo triunfo do papel como base normal para a produção de livros coincidiu, em certa medida, com o desenvolvimento da imprensa.
O pergaminho presta-se tanto à ornamentação quanto à escrita e, desde o começo da Idade Média até os soberbos Livros de Horas do século XV, alguns dos mais belos e requintados trabalhos artísticos do período medieval encontram-se nos manuscritos iluminados, na forma de ilustrações para textos devocionais ou em simples elaboração e colorido de frontispícios ou letras individuais.
A arte bizantina, com seu uso florido de ouro e vermelho vivo, forneceu desde cedo uma inspiração contínua para os artistas da Europa medieval. Condições especiais na Irlanda e Nortúmbria produziram escolas que só muito raramente terão sido superadas, se é que alguma vez o foram, demonstrando assim uma extraordinária habilidade na arte de entrelaçar e contrastar padrões geométricos e animais, com sutis variações de delicada cor; os Evangelhos de Lindisfarne e o Livro de Kells permanecem como exemplos notáveis. O mundo carolíngio, beneficiando-se das tradições bizantinas e célticas, produziu obras de primeira classe, no início com ênfase sobre motivos puramente ornamentais, sobretudo em ouro. Cada uma das comunidades ocidentais deu sua própria contribuição nos séculos subsequentes (a Inglaterra do período anglo-saxônico final, com a Escola de Winchester e o tenso vigor dos desenhos lineares, por exemplo), atingindo um apogeu criativo no estilo românico do século XII.
Desde aproximadamente 1200 até o fim da Idade Média, a arte do miniaturista foi refinada e ampliada, sobretudo nas grandes Bíblias. (A palavra miniatura não deriva de um vocábulo que signifique pequeno mas do verbo minire, desenhar com mínio, o óxido vermelho de chumbo usado como pigmento.) No período final da Idade Média, aumentou muito o uso de letras iniciais ampliadas como um meio de inserir ilustrações de eventos, folhagens, seres humanos e cenas inspiradas na realidade. Os calendários propiciaram uma oportunidade para a descrição pictórica de gente comum e do ritmo do ano agrícola ou da vida rural, e as convenções fixaram-se rapidamente nos tipos de cenas e histórias bíblicas que se devia esperar encontrar em saltérios e missais. Uma crescente consciência e prazerosa contemplação do mundo natural é característica das iluminuras dos últimos tempos da Idade Média. Ver Bíblia de Winchester (DIM)