Poderosa força dentro da Igreja ocidental desde o início do século XIII, as Beguinas eram comunidades de mulheres, no começo, com frequência, de origem urbana e abastada ou comparativamente abastada, que dedicaram suas vidas, por vezes com grande austeridade, a fins filantrópicos: assistência aos leprosos, doentes e pobres. O foco inicial das Beguinas foi Liège, na primeira década do século XIII, e esse nome parece ter-lhes sido dado depreciativamente pelos ortodoxos, que as associavam aos hereges albigenses. Propagaram-se ao longo das rotas de comércio do noroeste europeu e foram excepcionalmente poderosas em Colônia, onde comunidades beguinas ainda existiam no século XVIII. Mantinham estreitas ligações com os franciscanos mas nunca foram aceitas como Ordem. Seus equivalentes masculinos eram conhecidos como “beghards” (beguinos), em alusão a Robert le Bègue (o Gago), pregador de Liège. Devoção a Deus, celibato e emprego em boas obras eram suas características dominantes. As relações com a Igreja institucional foram difíceis durante toda a Idade Média, e a suspeita de heresia nunca foi afastada. No século XV, muitas comunidades beguinas tinham-se convertido virtualmente em instituições de caridade. (DIM)