Athanasius Kircher destaca-se como uma daquelas mentes brilhantes e abarcantes da época de Descartes e Newton, mas que expandiu seu conhecimento à luz da uma visão de mundo unificada e espiritual. Para este verdadeiro renascentista o cosmos era uma gloriosa teofania aguardando ser explorada.
Kircher era um jesuíta e um arqueólogo, um linguista, e ao mesmo tempo um ávido coletor de experimentos de toda sorte assim como de explorações geográficas. Investigou o mundo subterrâneo, decifrou linguagens arcaicas, experimentou com a alquimia e terapia musical, ótica e magnetismo. A sabedoria do antigo Egito, dos Gregos, da Cabala e do Cristianismo serviram de ingredientes para sua filosofia, e sua reinterpretação da história da colaboração científica e artística entre homem, Deus e Natureza. Seus suntuosos volumes enciclopédicos foram reverenciados por toda Europa, especialmente suas gravuras que preenchiam a maior parte de suas obras.
Filho do movimento renascentista, Kircher lançou a rede de seus interesse sobre uma imensidão de temas, sem que se possa enquadrá-lo em nenhuma categoria: enciclopedista, geólogo, biólogo, arquiteto, filólogo, lógico, etc.. Desde de Leonardo da Vinci, nada igual, sendo que talvez nada igual depois de Kircher. Seus estudos e obras são um imenso apanhado de iniciativas e projetos, muitos dos quais descartados pela crítica como sem sentido. Mas se abordado com o devido cuidado que se deve ter com escritos e imagens tão ricas em simbolismo seu pensamento possa vira a ser tratado como merece.
Obras: Turris Babel (1679) p. 152, citado por Josceylin Godwin, Athanasius Kircher, un hornme de la Renaissance à la quête du savoir perdu — 1979; Athanasius Kircher, um homem da Renascença à procura do saber perdido —, trad. do ing., J.-J. Pauvert, col. Un Livre de la Vite, 1980, p. 20