olho cósmico

A saída final da caverna iniciática, considerada como representação da “saída do cosmo”, parece, segundo o que dissemos antes, efetuar-se normalmente por uma abertura situada na abóbada, em seu zênite. Lembraremos ainda que essa porta superior, às vezes designada em termos tradicionais como o “cubo de roda solar” e também como o “olho cósmico”, corresponde, no ser humano, ao Brahma-randhra e à coroa da cabeça. Entretanto, apesar das referências ao simbolismo solar encontradas em tais casos, poderíamos dizer que essa posição “axial” e “zenital” refere-se mais diretamente, e sem dúvida mais primitivamente, a um simbolismo polar; é o ponto em que, segundo certos rituais “operativos”, está suspenso o “fio de prumo do Grande Arquiteto”, que marca a direção do “Eixo do Mundo”, identificando-se então à própria estrela polar. Deve-se notar ainda que, para a saída efetuar-se desse modo, é necessário que uma pedra da abóbada seja retirada. E essa pedra, por ocupar o topo, tem na estrutura arquitetônica um caráter especial e mesmo único, pois ela é a “chave de abóbada”; essa observação tem sua importância, embora não seja aqui o lugar apropriado para insistirmos mais sobre isso. (Guénon)