hŗdvyoman: o espaço do Coração, também chamado kha: espaço, o éter indiferenciado. Lugar central e imóvel, centro da Consciência, receptáculo e base de tudo. (…) Eis o que Abhinavagupta diz sobre ele no P.T.v. (PP. 86-88): “Esse coração que é ‘de mim’ é o lugar, o palco, onde repousa tudo o que existe no universo … O espaço desse coração ‘de mim’ (onde se encontra) a infinidade de tudo o que é azul, etc., é para lá que o universo, representado pelas sílabas ‘de mim’, foi, isto é, foi inteiramente transportado. Mas quando esse espaço abandona seu aspecto diferenciado, é vacuidade (śūnya). A partir de então, o coração “de mim”, que tem um aspecto duplo, diferenciado e indiferenciado, de consciência suprema e não-suprema, é o lugar onde tudo repousa completamente e é o “eu” supremo (aham). “Mas seu espaço, quando assume o aspecto de reabsorção, é ma-ha-a, o estado de nara reabsorvendo na energia própria de bindu. (Então temos:) MA, o kundalinī, que entrou na energia de HA, e A, que permanece em uma maravilha desobstruída, perfeitamente pleno e inseparável de tudo. Esse é “o espaço do meu coração”. Tal é o que é a origem do universo e o lugar onde ele repousa, é o Igual, eterno, cuja essência nunca pode desaparecer, que se manifesta e não pode ser escondido”.
Essa passagem enfatiza a ligação entre o Coração e o mantra duplo AHAM/MAHA que é, para o Trika, o paramahāmantra, o Si criativo absoluto, a Palavra suprema que é a essência de todos os mantras. Mais tarde, no P.T.v. (p. 265), Abhinavagupta escreverá: “a emanação é o Coração como idêntico ao conjunto de fonemas de A a KSA”.