Escrituras e Tradições da Índia

Não há aqui qualquer pretensão de cobrir tão vasto universo, mas apenas destacar algumas correntes, tradições e escritos sagrados relevantes para a reflexão aqui conduzida. Assim temos como ponto de partida os estudos dos Perenialistas que nos oferecem algumas trilhas para galgar esta imensa “montanha”, dentre os quais se destacam René Guénon, Ananda Coomaraswamy e Frithjof Schuon. Assim recomendamos aos interessados uma leitura destas obras fundamentais:

  • INTRODUÇÃO GERAL AO ESTUDO DAS DOUTRINAS HINDUS
  • O HOMEM E SEU DEVIR SEGUNDO O VEDANTA
  • Estudos sobre o Hinduísmo
  • ARTIGOS SELETOS DE METAFÍSICA
    • Nesta obra logo no primeiro capítulo é feita uma observação importante, que nos servirá de guia na menção das escrituras hindus: “A literatura metafísica subjacente às exposições de Sankara consiste essencialmente dos Quatro Vedas juntamente com os Brahmanas e seus Upanixades, todos reconhecidos como revelados, eternos, datáveis (pelo menos quanto a sua recensão) antes de 500 AC, juntamente com o Bhagavad Gita e o Brahma Sutra (datando de antes do começo da era cristã). Destes livros os Veda são litúrgicos, os Brahmanas são explanatórios do ritual, e os Upanixades são devotados à doutrina de Brahma ou “Theologia Mystica”, que é tomada em conta na liturgia e no ritual. O Brahma Sutra é um imenso compêndio condensado da doutrina dos Upanixades, e o Bhagavad Gita é uma exposição adaptada para a compreensão daqueles cujo principal interesse tem que ver com a vida ativa ao invés da vida contemplativa.
  • BUDISMO
    • As escrituras nas quais se conservam as tradições da vida e dos ensinamento do Buda caem em duas categorias, a saber, as da Via Estreita (Hinayana) e as da Via Ampla (Mahayana). Os livros que pertencem à “Via Estreita” estão compostos em pali, um dialeto literário estreitamente aparentado com o sânscrito. A literatura pali se situa em data ao redor do século III AC até cerca do século VI DC. O Cânon consta do que se chamam as “Três Canastras”, respectivamente do Regime Monástico (Vinaya), do Discurso (Sutra) e da Doutrina Abstrata (Abhidhamma). Em cinco classes da literatura do “Discurso” se conservam o que se tem como as verdadeiras palavras do Buda. Da escritura extra canônica, os mais importantes dos livros antigos são o Milindapanha e o Visuddhimagga. O grande livro do Jataka, composto em sua maioria de antigos materiais mitológicos, retomados em uma forma popular, e contados novamente como histórias dos nascimentos anteriores, é relativamente recente, mas muito instrutivo tanto para o ponto de vista budista como para uma pintura detalhada da vida na Índia antiga. Todos estes livros estão providos de elaborados comentários no que agora se chamaria da maneira “escolástica”. Dos textos da Via Ampla, compostos em sânscrito, há poucos, se há algum, que sejam anteriores em data ao começo da era cristã. Entre os mais importantes estão o Mahavastu, o Lalita Vistara, o Divyavadana e o Saddharma Pundarika.

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