Lindíssima compilação de ditos de Schuon, realizada por Thierry Béguelin.
As Pérolas do Peregrino, a maioria delas inédita, outras retiradas dos cerca de vinte livros que ele publicou, revelam as muitas facetas da Verdade Única que Frithjof Schuon expôs ao longo de sua vida. Ele foi, e continua sendo hoje, um eminente porta-voz da Sophia perennis, a sabedoria eterna e universal que está no coração de todos os grandes patrimônios espirituais conhecidos pela humanidade ao longo dos tempos.
É para a mais secreta das peregrinações que essas pérolas nos convidam: a que leva ao nosso próprio coração, a sede do Conhecimento imanente. (Traduzido da apresentação de Les perles du pèlerin)
PREFÁCIO
A forma dessa coleção corresponde a um modo muito particular de apresentação doutrinária e, portanto, também a uma necessidade particular de assimilação espiritual. Em certos momentos, podemos nos sentir chamados a penetrar no pensamento de um autor explorando conscientemente um de seus livros; em outros momentos ou em outras circunstâncias, podemos preferir uma exploração menos trabalhosa e um tanto despreocupada a esse modo de assimilação, comparável a um passeio meditativo em um jardim. Esse pode ser o caso quando escolhemos uma leitura de viagem que, sem ser muito exigente, pelo menos não nos faz perder tempo; um livro que pode não ser fácil de ler por causa de seus temas, mas que é facilitado por uma apresentação “casual”.
A iniciativa e o título desta coleção não partiram de nós, mas achamos apropriado concordar com essa forma de apresentar nossos pensamentos. Um precedente para esse gênero literário pode ser encontrado em nosso livro Perspectives spirituelles et faits humains (Perspectivas espirituais e fatos humanos), no qual os pensamentos do autor são apresentados não na forma de artigos ou capítulos, mas na forma de fragmentos selecionados retirados de artigos ou cartas não publicados. Talvez valha a pena mencionar aqui que usamos esse gênero livre e descontínuo em nosso primeiro livro, escrito em alemão e intitulado Urbesinnung (“Meditação Primordial”); seus temas foram retomados em nossos livros franceses subsequentes.
Ao selecionar os fragmentos que compõem este livro, o compilador teve o cuidado de incluir, entre outros, textos sobre a vida espiritual em seus aspectos simples e concretos, de modo que essas Pérolas do Peregrino ofereçam, em média, um alimento do qual ninguém é excluído; isso é, afinal, o que o próprio título da coleção expressa, o que sugere uma peregrinação espiritual que não se limita apenas à metafísica, mas que abrange, por assim dizer, “tudo o que é humano”.
Não há nada de sistemático na apresentação desta obra; os trechos mais longos do que outros foram acrescentados no final do livro porque foram descobertos mais tarde e sem que se achasse necessário classificar os textos de acordo com o assunto. Um peregrino atravessa uma terra como ela aparece; de qualquer forma, as experiências espirituais ocorrem fora do espaço e do tempo.
F.S.