(Abellio1965)
Dada a importância da estrutura sefirótica, não poderia insistir demais no fato que esta estrutura não explicita outra coisa que a dupla crucifixão. Em aparência, e segundo a disposição exotérica descrita pelo Zohar, as dez sephiroth são agrupadas em três triângulos planos superpostos mais um ponro. Compreendemos agora porque esta repartição não é senão um véu, e porque é preciso a organizar de outro modo para lhe fazer liberar seu sentido. Conforme às indicações da figura abaixo, é preciso reunir estes triângulos em quadrados enquadrando eles mesmo as duas esferas senários da emanação e da formação, das quais dissemos que se podia com efeito as considerar, como mundos completos; e o conjunto, em sucessão, constitui o duodenário conjuminando visão e ato, ciência e gnose. Esta hierarquização de alto a baixo da emanação e da formação é evidentemente ainda uma vista inadequada ligada à temporalidade. Nesta visão totalmente exterior, o mundo da criação é a «passagem» da a-temporalidade da emanação à temporalidade da formação, e inversamente o mundo da ação é a «passagem» inversa da temporalidade da formação à a-temporalidade não mais da emanação mas da deidade mesma, presente no extremo-inferior como no extremo-superior. Disto resulta que as duas «passagens» indicadas acima não são simétricas, a primeira sendo intra-mundana, a segunda extra-mundana, e que a segunda amarra a manifestação na deidade enquanto a primeira não é senão um modo, uma amarra interior, em cada existente, deste mesma manifestação sobre ela mesma.