O Indeterminado ou deidade, enquanto Ser absoluto, envelopa o senário-septenário primordial. Este é formado pela cruz equatorial do Pai e da Mãe, que, por sua rotação eterna, projeta o Filho sobre o eixo vertical bipolar de sua encarnação e de sua assunção igualmente eternas, que constituem juntas a elevação da cruz.
O problema do Indeterminado, chamado Supremo Brahman pelos hindus, Tem («aquele que não existe em forma») pelos egípcios, Ain-Soph pelos judeus, deidade de Deus por Mestre Eckhart e Ungrund por Jacob Boehme, se confunde com aquele da infinidade dos possíveis, e a suprema contingência aí aparece como resolutória de uma determinação absoluta. No entanto, o Indeterminado não coloca somente enquanto enigma conceitual ou ontológica, mas enquanto realidade vivida a cada instante no presente de cada existência e ato perpetuamente voluntário, intuição dramática e permanente de um limite onde toda separação se extingue e sobre a qual, no momento em que a necessidade de definição se exaspera, toda definição se torna inútil. No homem, o Indeterminado se oferece a uma adesão sem provas e sem sacerdotes, ele é a presença em ato da contemplação onde aquele que contempla e aquele que é contemplado não fazem senão um. Toda contemplação resulta de uma dupla démarche e resolve uma contradição que procede da essência mesma da Indeterminação: ela é ao mesmo tempo aceitação da distância e abolição da distância, quer dizer ato único de transfiguração desta distância mesma. Ela opera a transferência simultânea e recíproca de uma negatividade e de uma positividade, mas esta transferência em si mesma é plenamente positiva.
++++Original
L’Indéterminé ou déité, en tant qu’ Etre absolu, enveloppe le sénaire-septénaire primordial. Celui-ci est formé par la croix équatoriale du Père et de la Mère, qui, par sa rotation éternelle, projette le Fils sur l’axe vertical bipolaire de son incarnation et de son assomption également éternelles, qui constituent ensemble l’élévation de la croix.
Le problème de l’Indéterminé, appelé Suprême Brahman par les Hindous, Tem (« celui qui n’existe pas en forme ») par les Égyptiens, Ain-Soph par les Juifs, déité de Dieu par Maître Eckhart et Ungrund par Jacob Boehme, se confond avec celui de l’infinité des possibles, et la suprême contingence y apparaît comme résolutoire d’une détermination absolue. Cependant, l’Indéterminé ne se pose pas seulement en tant qu’énigme conceptuelle ou ontologique, mais en tant que réalité vécue à chaque instant dans le présent de chaque existence et acte perpétuellement volontaire, intuition dramatique et permanente d’une limite où toute séparation s’efface et sur laquelle, au moment où le besoin de définition s’exaspère, toute définition devient inutile. En l’homme, l’Indéterminé s’offre à une adhésion sans preuves et sans prêtres, il est la présence en acte de la contemplation où celui qui contemple et ce qui est contemplé ne font qu’un. Toute contemplation résulte d’une double démarche et résout une contradiction qui procède de l’essence même de l’Indéterminé : elle est à la fois acceptation de la distance et abolition de la distance, c’est-à-dire acte unique de transfiguration de cette distance même. Elle opère le transfert simultané et réciproque d’une négativité et d’une positivité, mais ce transfert en lui-même est pleinement positif.
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