Acadêmica alemã dedicada à pesquisa do sufismo, escreveu livros admiráveis sobre a tradição islâmica, em especial sobre Jalaluddin Rumi.
Para muitos historiadores da religião, o Islã, um retardatário na história, ainda não é muito mais do que “uma heresia cristã”, como foi repetidamente chamado por séculos até a época de Adolf von Hamack, ou então uma religião anticristã, desumana e primitiva — ideias que agora encontramos com bastante frequência devido à situação política no Oriente Médio em guerra e ao surgimento de grupos fundamentalistas. No entanto, o problema é como dar uma imagem precisa de uma religião que se estende desde o seu berço, a Arábia, até o leste, passando pela maior parte da Ásia, até a China central, a Indonésia e as Filipinas, e a oeste, passando pela Turquia e parte dos Bálcãs, até o norte da África e suas fronteiras atlânticas; que aparece em várias partes da África Negra e ganha novos convertidos nas áreas cristãs tradicionais, como a Europa e a América, em parte como resultado do número crescente de imigrantes do mundo muçulmano, em parte também pela conversão a este ou àquele ramo do Islã, sufismo, pseudo-sufismo ou fundamentalismo; uma religião cuja escrita sagrada é revelada em árabe, mas cujos participantes compuseram e continuam a compor inúmeras obras — teológicas e literárias, catecismos e poesias, jornais e estudos históricos — em uma infinidade de idiomas, entre os quais o árabe, o persa, o turco, o urdu e o suaíli ostentam um tesouro inesgotável de literatura popular e de alto nível, sem mencionar os outros idiomas — com o árabe ainda prevalecendo na esfera religiosa. Ninguém consegue acompanhar o número cada vez maior de publicações nos vários campos dos estudos islâmicos e, assim, o pesquisador se sente prejudicado e, de certa forma, sem esperança ao tentar escrever sobre o Islã, encontrar uma estrutura que faça justiça a essa religião frequentemente difamada e inseri-la na história geral das religiões. (SchimmelSG)
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