O autor.
A palavra bharata já é empregada no Rig-Veda, como epíteto ou oposição a Agni (o Fogo). Segundo Paul Regnaud, teria ainda aí seu valor etimológico de «portador» e designaria o fogo sagrado como portador da oferenda, os «cem filhos» de bharata sendo uma metáfora para as chamas múltiplas do lar. Segundo outros, o bharata védico já teria o valor de um nome próprio, aquele de um dos chefes dos conquistadores brancos da Índia (antigamente nomeada «país dos Bharatas»), e o «fogo Bharata» seria o culto particular da tribo ou da família bharata. Enfim, das expressões como «vindo de bharata» são comumente empregadas para designar um bardo ou um ator; isto quer dizer que vem do país dos Bharatas, ou que é afiliado à tradição dramática de bharata, não não sabemos. Não é impossível que, por um destes recruzamentos etimológicos frequentes em sânscrito, as palavras «bharata, bharático» têm ao mesmo tempo guardado em lembrança de seu sentido original, o ator sendo a princípio (Sahitya-Darpana, etc.) definido como «aquele que porta sobre ele (que assuma) a natureza individual do personagem que desempenha»; ele é portador de seu papel e do «sabor» poético como o fogo é «portador» da oferenda. Em resumo, deve-se ver no nome de bharata uma etiqueta mítica e simbólica, resumindo sem dúvida uma tradição de escola particular, e nenhum jornalista da época não nos transmitiu o nome dos cigarros preferidos de bharata nem de seu esporte favorito nem se ele era do instituto.