Boi Eu Esquecidos

BUDISMO — CHAN — AS DEZ ETAPAS DA ILUMINAÇÃO

”PASTOREIO DO BOI E O ZEN (excertos de “O Retorno à Origem”, de Lex Hixon)”

8. O BOI E O EU ESQUECIDOS — Existe apenas a Iluminação Desperta: ninguém contempla e nada é contemplado, não há serenidade nem agitação. Não há ninguém, nem mesmo o sábio.

A oitava imagem do Pastoreio do Boi denomina-se o Boi e o Eu Esquecidos. A última barreira ilusória evaporou-se: Todos os sentimentos ilusórios pereceram, e as idéias de santidade também desapareceram. O sábio, no nível anterior, não possui um senso pessoal da sua santidade alimentando, porém, um senso de respeito pela Verdadeira Natureza tal como esta se expressa através do seu ser consciente. Ao invés de se fundir totalmente com a Verdadeira Natureza, ele permanece numa atmosfera contemplativa, vivenciando uma bem-aventurança que ainda contém vestígios de dualidade. Porém no oitavo nível, representado pelo espaço aberto, existe apenas a Iluminação desperta: ninguém contempla e nada é contemplado, não há nem serenidade nem agitação. Ele não permanece no Buda e passa rapidamente adiante do nãoBuda. A Iluminação desperta não pode afirmar Eu sou Buda, e nem tampouco declarar Eu não sou Buda. Qualquer dessas afirmações implicaria a existência de alguém que concebe a afirmação. Aqui não há ninguém, nem mesmo o sábio. O Boi e o Eu Esquecidos são representados pelo círculo Zen tradicional, a pincelada única que deixa o papel um pouco antes do ponto de conclusão. Se não houvesse essa abertura, não poderia ocorrer um crescimento ulterior e o processo de Iluminação se congelaria no espaço aberto. Esse profundo estado de vacuidade precisa se abrir na plenitude, caso contrário ele estaria excluindo o próprio fluxo da vida, e uma outra sensação sutil de dualidade surgiria. O círculo aberto deve conter uma paisagem. A torrente de formas de vida continua a fluir como árvores, peixes, insetos. A vida não deve ser impedida pela Iluminação.