Categoria: Dürer, Albrecht
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“Melancolia” de Dürer, segundo Panofsky (3)
(Panofsky2019) Em um aspecto, porém, o retrato de Dürer difere fundamentalmente dos mencionados anteriormente. A mão, que geralmente repousa suave e frouxamente no rosto, aparece aqui como um punho cerrado. Mas mesmo esse motivo, aparentemente original, não foi tanto uma invenção de Dürer quanto uma expressão artística sua, pois o punho cerrado sempre foi considerado:…
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“Melancolia” de Dürer, segundo Panofsky (2)
(Panofsky2019) Uma proporção considerável dos retratos de melancólicos mencionados anteriormente compartilha um motivo adicional com a Melencolia de Dürer que, para o observador moderno, parece tão óbvio que dispensaria um estudo de sua derivação histórica. No entanto, o próprio esboço preliminar de Dürer para a gravura — que diverge justamente nesse aspecto — revela que…
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“Melancolia” de Dürer, segundo Panofsky (1)
(Panofsky2019) Tudo o que Dürer nos diz sobre sua gravura está numa inscrição em um esboço do “putto” (Figura 8), explicando o significado da bolsa e do molho de chaves pendurados no cinto da Melancolia: “A chave significa poder, a bolsa riquezas.” Essa breve frase tem sua importância, pois estabelece um ponto que já seria…
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“Melancolia” de Dürer, segundo Cioran
(Cioran1995) Entre todas as obras de Dürer, a gravura intitulada Melancolia é a que mais contém elementos propícios à reflexão e ao abandono que podemos experimentar ao mergulhar na atmosfera de uma obra de arte. Minha admiração não se deve a uma apreciação objetiva da forma, mas à alegria suscitada por uma criação que expressa…
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Dürer é o profeta de Cioran
(Cioran1995) Dürer é meu profeta. Quanto mais contemplo o desfile dos séculos, mais ME convenço de que a única imagem capaz de revelar seu sentido é a dos Cavaleiros do Apocalipse. Os tempos só avançam esmagando, pisoteando as multidões; os fracos perecerão, não menos que os fortes, e até mesmo esses cavaleiros — exceto um.…
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O Cavaleiro, a Morte e o Diabo (2)
(Bertram1932) E até a Genealogia da Moral, em 1887, retoma visivelmente o símbolo düreriano d’O Nascimento da Tragédia, ao falar de um “espírito que só a si mesmo se deve, como Schopenhauer”, um “homem e cavaleiro de olhar de bronze, que tem a coragem de ser si mesmo, que sabe ser independente”. É um “símbolo…
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O Cavaleiro, a Morte e o Diabo (1)
(Bertram1932) Que prestígio mágico, então, o jovem Nietzsche atribuía a essa gravura em detrimento de todas as outras (enquanto, sintomaticamente, não temos dele nenhum testemunho sobre a Melancolia, exceto alusões em dois poemas de julho de 1871, embora a devoção a Wagner a tivesse tornado mais próxima dele)? Que feitiço ainda o prendia a ela,…
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Dürer: Melancolia
Excertos de Serge Hutin, “Tradição Alquímica” O pequeno sinal que se insere, no cartão, entre a palavra Melencolia e o I é formado de duas espirais opostas pelo eixo vertical e reunidas por um losango curvilíneo, marcado, por sua vez, por um ponto central. Não seria, acaso, lícito ver na reunião — por certo proposital…
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Panofsky: Dürer – Morte de Orfeu
Um desenho também datado de 1494 e de caráter igualmente mantegnesco representa a Morte de Orfeu de acordo com a versão ovidiana. Mostra como o grande cantor foi morto pelas mulheres da Trácia por ter introduzido em sua terra o vício da pederastia. Ilustrações anteriores desse incidente na arte do norte retratam a punição e…