Categoria: Goethe
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Goethe – Fausto e Helena
in Goethe(Hadot2018) “Então o espírito não olha nem para frente, nem para trás. Só o presente é nossa felicidade”. Quando, no Fausto II, o herói de Goethe pronuncia essas palavras, parece haver alcançado o ponto culminante de sua “busca da mais elevada existência”. A seu lado, no trono que fez erguerem para ela, está sentada Helena,…
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Goethe, luz irradiada pelas obras-primas
(Deghaye2000) Assim, quando Goethe fala da luz irradiada pelas obras-primas, ele imita uma tradição religiosa. No entanto, os trovões e relâmpagos que acompanham o nascimento de Cristo exigem uma reflexão. Certamente, pode-se simplesmente dizer que houve uma tempestade, o que é verdadeiro, pois Goethe o especifica. Mas essa tempestade não teria um sentido simbólico? O…
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Goethe, Dichtung und Wahrheit
(Deghaye2000) Ao ler este relato, somos levados a interpretar retrospectivamente a reação de Goethe quando, ainda jovem estudante em Leipzig, ele visitou o museu de Dresden. O discípulo de Friedrich Oeser, que pregava o evangelho do Belo sob a invocação de seu amigo Winckelmann, não deveria se apressar em direção às obras antigas? Pois bem,…
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Werther, Goethe
(Deghaye2000) Goethe havia sido consagrado poeta pelos sucessos que muito cedo havia conquistado. No entanto, ele acreditou por muito tempo que sua vocação era dupla. Ele se considerava verdadeiramente predestinado às belas-artes. Foi apenas em 1788, na Itália, que sua desilusão foi total. Certamente, Goethe sentiu, muito antes, uma certa ambiguidade. Werther é testemunha disso.…
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Goethe – tudo o que é factual já é teoria
in GoetheComo escreveu Goethe, “o apogeu seria compreender que tudo o que é factual já é teoria. (…) Que não se busque simplesmente nada por trás dos fenômenos: eles mesmos são a teoria” (Maximen und Reflexionen, § 575). Ou ainda: “(…) E inútil procurarmos expressar a natureza de uma coisa. Percebemos efeitos, e a história completa…
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Centeno: O Conto da Serpente Verde
Excertos do livro de Yvette Centeno, A SIMBOLOGIA ALQUÍMICA NO CONTO DA SERPENTE VERDE DE GOETHE O Conto da Serpente Verde1 de Goethe, escrito em 1795, ainda hoje é, de todas as suas obras, aquela que nos deixa mais perplexos. Integra-se numa obra a que o autor deu o título de Conversas de Emigrantes Alemães.…
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Goethe (Fausto): no princípio era a ação
in GoetheAntónio Feliciano de Castilho (Abre a Bíblia no Evangelho de S. João) No princípio era o Verbo. É esta a letra expressa; aqui está… No sentido é que a razão tropeça. Como hei-de progredir? há ’í quem tal ME aclare? O Verbo!! Mas o Verbo é coisa inacessível. Se apurar a razão, talvez se ME…
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Goethe Doutrina das Cores
in GoetheO Olhar Luminoso Faust (erblindet): Die Nacht scheint tiefer tief hereinzudringen, Allein im Innern léuchtet helles Licht… Faust II, 115001 O Prefácio e a Introdução formam provavelmente a parte mais instigante da Doutrina das Cores, visto que contêm quase todas as questões discutidas posteriormente. Mas, apesar de extremamente sintéticos e de apresentarem argumentos que parecem…
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Lepinte : Goethe et le goût du mystère
En embrassant dans leur évolution les rapports de Goethe et de l’occultisme, nous avons pu déterminer trois « moments » essentiels : l’expérience magique de Francfort et ses prolongements ; la période sceptique et critique où paraît le Gross-Cophta ; enfin l’expérience de l’occultisme romantique, centré autour des manifestations du magnétisme animal. Malgré une rupture…
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Molder (1995:47-50) – A constituição de uma prosa pensativa em Goethe
in GoetheNão tendo propriamente qualquer órgão para a filosofia e sabendo escapar, quando necessário, à sua influência, recolhendo-se à sua própria disciplina, Goethe deixa-nos perceber, paradoxalmente, vestígios dos aspectos mais decisivos da possibilidade de uma prosa pensativa, de uma prosa teórica. Na verdade, os temas goethianos obrigam mesmo a um retorno a algumas dessas questões. O…
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Goethe Doutrina das Cores Prefacio
in GoetheGoethe — Doutrina das Cores Excertos da tradução de Marco Giannotti Prefácio Quando se fala das cores, não se deve, em primeiro lugar, mencionar a luz? Pergunta bem natural, que responderemos de modo sucinto e direto, pois até agora se disse tanta coisa a respeito da luz, que nos parece inconveniente repetir o que já…
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Centeno: Goethe – Fausto
“Mas este aprendeu, irá ensinar-nos.” Goethe, Faust A magia, como têm observado os seus estudiosos, constitui um universo coerente de ideias, uma representação global do homem e do mundo, semelhante, pela função, à das concepções religiosas, tradicionais e oficiais, embora se desenvolva à margem delas. É a angústia da consciência inquisidora das razões e dos…
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Corbin Goethe
Henry Corbin — Goethe Excertos da tradução em português de Dimas David Santos Silva, do livro de Steven Wasserstrom, “Religion after Religion” Todo o efêmero nada mais é que um símbolo Henry Corbin, versão de Goethe, 1969. Goethe, muito mais do que seu predecessor Hamann, exerceu uma forte influência sobre Corbin e Eliade, e uma…
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Wasserstrom: Eliade sobre Goethe
Excertos da tradução em português de Dimas David Santos Silva, do livro de Steven Wasserstrom, “Religion after Religion” Eliade, assim como Corbin, nutria uma paixão pela Alemanha e suas coisas nos anos 20 e 30. Naquela época Goethe tornou-se um de seus marcos pessoais de grandiosidade. ‘(Voltaire) encorajou meus sonhos de um espírito universal… (mas…
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Hadot (2018:159-160) – o aterrador (Ungeheuer)
in GoetheGoethe vê na Natureza um jorro de formas visíveis, de “fenômenos” — no sentido de “aparições” —, que a linguagem humana é incapaz de expressar. Por que ele se apavora? Porque essas formas são, de certa forma, os sinais, as “assinaturas” de um indizível, de um desconhecido, de um inexplorável. As formas são o “símbolo”,…
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Goethe Fausto
in GoetheGoethe — FAUSTO A criação da obra ocupou quase a vida inteira do autor. A primeira versão escrita em 1775, era um esboço entitulado “Urfaust” (Proto-Fausto), um outro rascunho foi realizado em 1791: “Faust, ein Fragment” (Fausto, um fragmento), ambos não foram editados na época. Só em 1808 foi terminada e publicada como “Faust, eine…
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Pensar sobre o pensamento
in Goethe(Molder1995) A invenção da escrita é temível aos olhos daquele para quem o movimento vivo da palavra, enquanto passa da boca de um para o ouvido de outro, constitui o elemento em que o pensamento se conforma, para quem sabe, ao mesmo tempo, que esse movimento vivo só pode aparecer, enquanto reconhecimento intencional, através da…