Coomaraswamy (Meta:nota) – deva

A palavra deva, assim como suas análogas theos e deus, pode ser usada no singular para ‘Deus’ ou no plural para ‘deuses’, muitas vezes para ‘Anjos’ ou ‘Semideuses’, assim como dizemos ‘Espírito’ quando nos referimos ao Espírito Santo, enquanto também falamos de ‘espíritos’ e, em particular, de ‘espíritos malignos’. Os “Deuses” de Proclus são os “Anjos” de Dionísio Areopagita. Aqueles que podem ser chamados de ‘grandes deuses’ são as Pessoas da Trindade, Agni, Indra-Vayu, Aditya, ou Brahma, Shiva, Vishnu, que só podem ser distinguidos, e nem sempre claramente, em relação às suas funções e esferas de operação. As mixtæ personæ das entidades duais Mitravarunau e Agnendrau são a forma do Sacerdócio e da Realeza in divinis; seus súditos, os “deuses múltiplos”, são os Maruts ou os Ventos. Seus equivalentes em nós são, respectivamente, a Respiração imanente e central, muitas vezes chamada de Vamadeva, muitas vezes como o Homem Interior ou o Si imortal, e as Sopros, seus derivados e “súditos”, em outras palavras, as faculdades de ver, ouvir, pensar, etc., das quais nossa “alma” elementar é um composto homogêneo, assim como nosso corpo é composto de partes funcionalmente distintas, mas que agem em uníssono. Maruts e Sopros podem agir em obediência ao princípio que os governa ou se rebelar contra ele. Tudo isso é, obviamente, uma declaração muito simplificada. (COOMARASWAMY, Ananda. Hinduísmo e Budismo).

Ananda Coomaraswamy