Segundo a apresentação da obra por Roger Munier, o tema deste terceiro estudo é a Palavra interior assim recebida, que faz do iniciado, por conta de sua própria exigência, uma «cavaleiro espiritual». Viver de acordo e comunicação com o mundo superior do Malakut, o mundo do «Anjo», é o fato destes «cavaleiros», javanmardan. O persa javan tem a mesma raiz indo-europeia que o latim juvenis. O javanmard é aquele que encontrou sua plena juvenilidade em acessando ao homem interior, ao homem verdadeiro. É, em suma, o homem e seu Anjo, desde aqui em baixo. O homem reunido a seu verdadeiro Eu e a caminho para esta reunião transformante.
Pois de que se trata de fato, nos relatos de iniciação que nos propõe, em dando enorme lugar aos textos, o presente volume, senão de uma aventura religiosa do Mim mesmo profundo? O «Anjo» não é somente um Outro tutelar, mas o Duplo celeste da alma, a contrapartida transcendente do eu terrestre. Ou digamos que é outro e não outro ao mesmo tempo. Algo como um «Mim mesmo na segunda pessoa», diz admiravelmente Corbin.
(CorbinAnjo)