O termo de «iranologia»
Falar do universo espiritual iraniano, de sua extensão e limites, não significa de forma alguma falar de uma grandeza que coincidiria com o estado político moderno designado como Irã ou Pérsia, ou com suas fronteiras políticas. Como filósofo, não precisamos nem mesmo estar ligados a um estado político ou a fronteiras políticas. Na verdade, se voltarmos um pouco mais de vinte anos atrás, quando os orientalistas usavam a palavra Irã, o termo se referia a uma entidade linguística, geográfica, religiosa e artística, e não ao conceito de um estado político. Esse último, dentro de suas fronteiras atuais, era tradicionalmente chamado de Pérsia. Hoje, os iranianos podem achar que é impreciso, ou até mesmo injusto, serem considerados apenas como “persas”, já que a Pérsia, ou Fars, é apenas uma província no sudoeste do planalto iraniano. Sem dúvida, mas, por outro lado, é a palavra Pérsia, muito mais do que a palavra Irã, que, para os ocidentais, abrange tanto uma tradição política quanto uma história política (da mesma forma que Ile-de-France deu seu nome a toda a França). O uso livre dos nomes Irã e Pérsia foi oficialmente autorizado. Se usarmos apenas o último, corremos o risco de esquecer as conexões com o mundo iraniano. Se usarmos apenas o primeiro, corremos o risco de fazer com que esse universo coincida mentalmente com as fronteiras e os dados de um estado político, enquanto para o filósofo o significado está em outro nível.
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