René Guénon — O Homem e seu Devir segundo o Vedanta
Resumo do segundo Jean-Pierre Laurant
O acordo com os textos sagrados do Veda é o critério da ortodoxia dos diferentes mimansa ou meditações sobre o Veda. A primeira é chamada «Karma-Mimamnsa» e trata do cumprimento dos ritos. A segunda «Uttara-Mimansa», de Vyasa, se apoia sobre os Upanixades, últimos textos dos Vedas, ela constitui verdadeiramente o fim do veda ou vedanta. Seus ensinamentos estão concentrados em aforismos: os Brahma-Sutras dos quais Shankaracharya é o comentador mais profundo embora o ponto de vista de Ramanuja seja perfeitamente ortodoxo. Não poderia haver «Bramanismo esotérico» pois os dois aspectos interior e exterior não estão separados no Orienta; há uma diferença de grau e não de natureza: «se o ensinamento tradicional não é esotérico no sentido próprio desta palavra, é verdadeiramente «iniciático» e conduz ao «conhecimento supremo» por um trabalho que não pode ser senão rigorosamente pessoal».
A incompetência das línguas ocidentais a exprimir as ideias puramente metafísicas torna necessária esta lembrança do simbolismo que indica a parte do «inexprimível».
O autor da primeira Mimansa é Jaimini, nome, segundo Guénon, simbólico destinado a designar verdadeiros «agregados intelectuais» (a expressão é de Matgioi e a ideia produzida pelo anti-individualismo dos ocultistas).
A tomada de posição sobre o esoterismo do Vedanta é muito mais importante. Guénon já tinha tido a ocasião de condenar a este respeito as ideias da Sociedade Teosófica: a gente não se torna hindu, nasce-se hindu. Guénon na investigação de um realização espiritual estava condenado a buscar uma outra via, Franco-Maçonaria ou Sufismo com seus complementos exotéricos cristão e islâmico e tomar à Índia os conhecimentos doutrinais que faziam falta às outras formas tradicionais. Esta falta justificou em um primeiro tempo a separação Exoterismo e Esoterismo que não existe nas Índias e no Extremo-Oriente.