Guido Cavalcanti (Fiéis do Amor): nascido em Florença pouco antes de 1260, filho de família nobre e guelfo. Seu casamento com a filha de Farinata delgi Uberti, chefe dos gibelinos, sem dúvida intentou pôr fim às lutas entre as duas facções rivais. Personalidade política da comuna, Guido foi grande amigo de Dante. Uma peregrinação a Santiago da Compostela em 1292 lhe deu a oportunidade de fazer uma parada em Toulouse onde conheceu uma certa Mandetta, cantada em diversos poemas. Após o reinício das lutas políticas (entre brancos e negros, facções nascidas da cisão do partido guelfo no poder), seu amigo Dante, na ocasião um dos 12 priores, aceitou, intentando o apaziguamento político, lançado em junho de 1300, a ordem de banimento contra o poeta, que era partidário dos brancos. Após um curto exílio em Sarzana, Cavalcanti retornou depressa à sua pátria. Mas o fez para ali morrer, naquele mesmo ano, vitimado pelas febres contraídas na costa. Grande senhor tanto em política como em poesia, Cavalcanti foi apreciado e admirado por seus contemporâneos: Dante lhe dedicou seu Vita nova. Francesco De Sanctis, o grande crítico da Itália moderna, pôde escrever, cinco séculos mais tarde: “Ele foi o primeiro poeta italiano digno desse nome”. O Canzoniere copioso deixado por ele revela um espírito levado às mais altas especulações filosóficas (tem-se encontrado nele tanto a influência do averroísmo como do platonismo), representante eminente da escola do dolce stil nuovo (com ele a concepção espiritual e angelical da mulher amada torna-se um elemento essencial da sensibilidade poética), mas também um autêntico poeta do amor, em que um grande frescor de sentimentos é expresso em um lirismo elegante e sóbrio. (Nota de A. Manjo)
René Guénon: APRECIAÇÕES SOBRE O ESOTERISMO CRISTÃO
Bajo el título: Il linguaggio segreto di Dante e dei «Fedeli d’Amore»1 el Sr. Luigi Valli, a quien se deben ya numerosos estudios sobre el significado de la obra de Dante, ha publicado una nueva obra que es demasiado importante para que nos contentemos en señalarla con una simple nota bibliográfica. La tesis que se sostiene puede resumirse brevemente en esto: las diversas «damas» celebradas por los poetas se relacionan con la misteriosa organización de los «Fieles de Amor»; desde Dante, Guido Cavalcanti y sus contemporáneos hasta Boccaccio y Petrarca, no son mujeres que hayan vivido realmente sobre esta tierra sino que, bajo diferentes nombres, son una sola y misma «Dama» simbólica que representa la Inteligencia trascendente (Madonna Intelligenza de Dino Compagni) o la Sabiduría divina. En apoyo de esta tesis, el autor aporta una documentación formidable y un conjunto de argumentos capaces de impresionar a los más escépticos; muestra claramente que las poesías más ininteligibles en sentido literal se convierten en perfectamente claras con la hipótesis de una «jerga» o lenguaje convencional del que ha llegado a traducir los principales términos; y evoca otros casos, particularmente el de los Sufís persas, en que un sentido similar ha sido igualmente disimulado bajo la apariencia de una simple poesía de amor. Es imposible resumir toda esta argumentación basada sobre textos precisos que le dan todo su valor; no podemos sino remitir a aquellos a los que les interesa el tema, al propio libro.