Seguindo a tradição neoplatônica muçulmana, Ibn Arabi também afirma que o ser é dividido em dois grupos fundamentais: o ser meramente possível e o ser necessário. O conceito do que é ser meramente possível pode ser alcançado de duas maneiras diferentes: 1.a A maneira positiva, que consiste em diminuir a entidade do ser agrupando o não-ser; nesse sentido, o conceito de ser possível é aquilo que pode ser ou não ser. 2.a A maneira negativa, pela qual o ser meramente possível é definido com aquilo que não é nem ser nem não-ser. Por isso, Ibn Arabi escolhe definir o ser meramente possível como a perplexidade “entre o ser e o não-ser, em razão de sua indeterminação com relação a cada um dos dois extremos”. E, portanto, segue-se que o seguinte julgamento pode ser feito sobre o possível por sua essência: se você diz que é verdade, você diz verdade, e se você diz que é mentira, você não mente”. Em oposição ao ser meramente possível, o Ser Necessário é aquele do qual somente o ser pode ser predicado e nenhum não-ser pode ser atribuído a ele de forma alguma, e sempre se deve dizer que ele é Ser e Verdade. Portanto, o oposto absoluto do Ser Necessário não é o ser possível, mas o impossível, do qual o ser nunca pode ser predicado e em nenhum sentido. Os constituintes essenciais desses três modos fundamentais são: a luz, com relação ao Ser Necessário; a escuridão, do impossível absoluto, e a escuridão do ser possível. [MCHHPMI]
Hernández (HPMI) – ser possível e ser necessário
TERMOS CHAVES: ontologia