Isso-que-és é com e sem o aquele-que-percebe. O primeiro que percebes é o aquele-que-percebe, mas o que percebes não podes ser. O primeiro que experiencias é o aquele-que-experiencia. O primeiro ou último que experiencias é o aquele-que-experiencia, mas ÉS antes, durante e além do aquele-que-percebe. Assim ÉS com e sem o aquele-que-percebe. Tens que ser antes que o aquele-que-percebe possa ser. Isso-que-és tem que ser. Sem seres o que não pode não seres não há nenhuma possibilidade de um aquele-que-percebe. Então seja o que não podes não ser que é com e sem um aquele-que-percebe. O que quer que o aquele-que-percebe perceba é a estória do aquele-que-percebe, é a estória dele não tua estória, pois não tens nenhuma estória. É sempre a estória do aquele-que-experiencia ou do aquele-que-percebe, mas o que és é com e sem o aquele-que-percebe. Portanto sejas Isso.
Dito de maneira mais simples: toda noite és sem experiência, em sono profundo profundo, ausência absoluta. Toda manhã o corpo acorda e a experiência começa, mas onde estava o aquele-que-experiencia à noite. Assim és sem um aquele-que-experiencia, És, e pela manhã há experiência de um aquele-que-experiencia, que começa com “eu” e então vem o resto. Toda noite o “eu” some e toda manhã ele aparece de novo. Ele te espera, talvez nem mesmo suma. Mas toda noite, sem o “eu” sumir não há sono. Assim o “eu” some e pela manhã reaparece. (Mumbai, 12-03-2012)