Karl Renz (KRAudio) – iluminação e despertar como estória

42:56 Q: Dizes que nada acontece dentro ou em relação à personalidade, mas pelos relatos que leio as pessoas dizem que há algo.

K: Então não é “split-second”, é uma experiência de unidade (Oneness), de que não se é mortal ou imortal, ou algo similar. Então se tem um êxtase, pois isto te faz extático. É o resultado disto. Mas o “split-second”, este não evento, não tem resultado. É como acontece o próximo gole de café, mas sem qualquer êxtase. Não dá nenhuma alegria especial ou algo afim. É tão natural. Nada acontece, é apenas “andando por aí” (by the way). O que te faz rir é satori. É a experiência de unidade, ou o êxtase. Só isto pode fazer estes resultados de iluminação, ou de ter uma experiência que além das palavras, ou algo assim. E assim fazê-la parte da estória. Mas este simples “andando por aí aha” não tem evento. Continuas a tomar café ou falar com as pessoas. Não podes colocá-lo dentro de uma moldura temporal.

Q: Como pode haver um evento no caso de Ramana com um antes e um depois? Não entendo tua interpretação.

K: Eu sei. É que todos estão tão por dentro da estória de si mesmo que a estória de Ramana tem que ser conforme algo também sujeito a causa e efeito: algo tem que advir de algo. Mas tudo isto é no sonho e não na realidade. Não podes encaixar isto em uma estória normal de um livro de mim mesmo ou um diário. Todos estes despertos que clamam ser despertos são parte do sonho. Há ainda um fantasma operando como desperto. A realidade não conhece nenhum desperto ou não desperto, ou realizados e não realizados. Tudo isto é parte do chamado reino da realização, onde todas estas coisas acontecem. Mas para a realidade não há impacto.