Logos
Logos não é palavra, lei, senso, razão, medida, etc. É tudo que faz estes possíveis: um relacionamento comum ao mundo, um mundo comum. É o elemento conector. Um pessoas diz, com minha palavra, te dou a minha palavra, e quem quer que não mantenha sua palavra quebra a conexão. Nem é a palavra que «demos» necessariamente uma palavra falada.
O Logos vive em seres humanos e no mundo: dentro e fora. Dentro e fora são por sua vez determinados pelo Logos, pois existem para e através da cognição. Mas, para o Logos, nem um nem o outro é válido. O Logos não é nem dentro nem fora: É. O mundo fala: isto, aquilo. O homem o escuta e é capaz de perceber a fala ela mesma, o que (ou quem) faz isto e isso dentro disto e daquilo. O Logos é invisível, imperceptível aos sentidos. É o invisível; é tão invisível como o que fala no homem: não o vês também. Pois o que fala no homem não é boca, língua, face, cabeça, mão, etc. Estes são seus meios de expressão, ele os move. Toda a fala é movimento: movimento pelo benefício da expressão. Mesmo no movimento — silêncio — pode se tornar fala.
As coisas, o mundo exterior — em seu ser-isso, ser-assim, ser-aí — são fala; «palavras de relacionamento» da mesma forma. Posto que tudo é fala, tudo fala para aquele que pode ouvir. O homem é capaz não somente de ouvir o que é falado, mas de perceber a fala ela mesma. Isto é difícil para ele, porque está ocupado com isto e aquilo, com o que é falado, e por conseguinte vive no passado da fala: ainda não realizou sua presença. Ms o homem pode se tornar consciente da fala. O Logos dentro dele pode despertar para auto-consciência, «pois ele se tornou carne». Agora o homem, que tinha sido anteriormente «falado», ele mesmo se torna aquele que fala.