Plotino Alma Individual

Anthony Damiani, ASTRONOESIS (ADAN}

A «alma individual» é uma referência à ampla variedade de almas que emanam da Alma Absoluta, e o termo é intercambiável com o termo Alma Unitária (um raio ou um emanante dos Primais). As almas unitárias não são partes da Alma, mas modos de ver ao todo da Alma como um princípio de individuação. São distintas do Absoluto por sua relação à manifestação. Podemos pensar nas almas individuais como Raios continuamente lançados da Alma Absoluta, mas nunca terminando em sua manifestação. Não podemos separar completamente a alma unitária individual da Alma Absoluta, nem podemos separar a noção de indivíduo do desdobramento do Sistema da Natureza.


Na Enéada IV.2.1, Plotino fala da Alma Individual, enquanto originária da Alma Absoluta, como caracterizada pela unidade que derivou de sua proveniência. Diz que cada alma é distinta de qualquer outra, e que cada uma é uma intermediária entre a Alma Absoluta e o Circuito Cósmico ou Ideia-Mundo. Além do mais, independente do que ela esteja ocupada com — seja a Ideia do universo ou um corpo dentro dele — a Alma se dá ela mesma seja a uma ou outra, seja a ambas, sem abdicar de sua unidade. O que, com efeito, ele está dizendo é que se a mente pensa o pensamento de um alfinete ou do continente australiano, está totalmente presente em cada um dos itens sem sua unidade ser ameaçada. Em outras palavras, a onipresença da Alma não fragmenta sua identidade, pois é ao mesmo tempo tanto divisível e indivisível: «Sua divisibilidade jaz em sua presença em cada ponto do recipiente, mas é indivisível enquanto morando inteiramente no total e inteiramente em qualquer parte» (Enéada IV.2.1). A recitação destas palavras não é uma garantia que o significado acompanha sua repetição. Plotino está se referindo aqui à experiência mística deste princípio iluminador como Consciência-Ser sem ego. Em outras passagens ele até se refere a isto como o «Todo» (Enéada III.9.3; Enéada III.4.3). Devemos ter em mente que o intelecto do ego não pode — pela própria natureza de seu própria formação — compreender, muito menos sentir, a realidade de tal princípio (que está iluminando suas atividades) e, em toda honestidade, não pode aceitar tal posição. (Astronoesis)