cabeças negras

Os chineses designavam a si próprios, em tempos remotos, como “povo negro” (li-mim), expressão que se encontra em particular no Chu-king (reinado do imperador Chuen, 2317-2208 antes da era cristã). Muito mais tarde, no início da dinastia Tsing (século III antes da era cristã), o imperador deu a seu povo um outro nome análogo, ou seja, “cabeças negras” (kien-cheou). É também singular que se encontre exatamente a mesma expressão na Caldeia (nishi salmat kakkadi) mil anos ou mais antes dessa época. Além disso, é notável que os caracteres kien e he, que significam “negro” representem a chama; assim, o sentido da expressão “cabeças negras” aproxima-se ainda mais estreitamente da significação do nome Etíope (v. Etiópia). Os orientalista, que de um modo geral ignoram por preconceito todo simbolismo, pretendem explicar os termos “povo negro” e “cabeças negras” como designativo do “povo de cabelos negros”. Infelizmente, embora esse caráter convenha de fato aos chineses, não poderia contudo distingui-los dos povos vizinhos, de modo que essa explicação mostra-se no fundo inteiramente insignificante. (Guénon)