VIDE Templários
A primeira das Ordens Militares Religiosas, destinada a suprir e proteger os Estados cruzados. Os Templários originaram-se por volta de 1115 nas atividades de Hugo de Payens (m. 1136) e cavaleiros franceses seus companheiros (os Pobres Soldados de Cristo), dedicados à proteção dos peregrinos entre Jaffa e Jerusalém. Obtiveram o apoio de Balduíno de Jerusalém por volta de 1118 e, subsequentemente, o de Bernardo de Claraval, que os elogiou em seu panfleto, De Laude Novae Militiae, e elaborou sua Regra monástica, aprovada pelo Concílio de Troyes em 1128. A Bula de Inocêncio II (1139) estabeleceu sua vassalagem exclusiva ao papa, e os Templários desenvolveram uma constituição com um grão-mestre eleito, províncias, distritos e preceptorados individuais, adotaram uma túnica branca com cruz vermelha e construíram características igrejas redondas do tipo que ainda hoje pode ser visto na Temple Church em Londres.
Ao contrário dos Hospitalários, a quem influenciaram, os Templários empenharam-se primordialmente em campanhas militares contra os muçulmanos. Muitíssimo populares e enriquecidos por doações durante as Cruzadas, tornaram-se poderosos na Europa e no Oriente, dedicando-se à atividade de banqueiros. A queda de Acre (1291) e sua transferência para Chipre deixou-os sem objetivo definido e, como banqueiros, impopulares. Resistiram às tentativas de fusão com seus rivais Hospitalários, e conflitos com Filipe IV da França levaram o monarca, de acordo com o papa Clemente V, a planejar a extinção da Ordem. Acusações de heresia provocaram sua supressão (Concílio de Viena, 1312)); o grão-mestre Jacques de Molai e outros foram executados e os bens da Ordem confiscados, passando para os Hospitalários e príncipes seculares. A Ordem foi restabelecida em Portugal como Ordem de Cristo.
(O restabelecimento da Ordem do Templo como Ordem de Cristo em Portugal ocorreu em 1318, no reinado de D. Dinis. O espólio templário era imenso, acumulado desde: sua instalação em Portugal com a fundação do reino para auxiliar D. Afonso Henriques na tarefa de Reconquista. Seu primeiro Mestre, Gualdim Pais, foi cruzado, edificou o castelo e convento de Tomar, sede da Ordem, os castelos de Almourol e Idanha, e consolidou o avanço das fronteiras portuguesas até o sul do Alentejo. Grande parte dos territórios do Ribatejo e Alentejo era propriedade templária quando a Ordem foi suprimida e substituída pela Ordem de Cristo. Seu poderio financeiro contribuiria substancialmente, um século depois, para a empresa de descobrimentos marítimos, iniciada pelo Infante D. Henrique, grão-mestre da Ordem. A arquitetura templária em Portugal está patente no convento de Cristo em Tomar, onde subsiste sua famosa rotunda, e no panteão de Santa Maria do Olival. NT) (DIM)