Ctonos era o nome dado à Terra, mãe dos Titãs, e morada dos mortos e dos vivos. É o baixo, por oposição ao alto — a terra sob seu aspecto interno e obscuro.
O epíteto ctoniano é usado em relação a seres fabulosos (dragões), ou reais (serpentes), de origem subterrânea, de natureza muitas vezes temível, ligados às Ideias e às forças da germinação e da morte. Simbolizam o lado ameaçador — quer o perigo seja interior ou quer seja exterior — na luta travada entre a vida e a morte, sempre estreitamente enlaçadas. Aparecem nas situações extremas, prelúdios de acontecimentos decisivos, sob a forma de dificuldades imprevistas, de castigo, de terrores, como o polo oposto ao dos sentimentos de segurança, de força, de otimismo. O aspecto ctoniano do inconsciente abrange tudo o que este pode fazer temer, por força de seu caráter oculto, imprevisto, súbito, violento, quase irresistível — aspecto que não se identifica (e insistimos nesse ponto) à totalidade do inconsciente. O ctoniano é o aspecto noturno da esposa, da mãe, do antro. (DS)
Do grego khothonios, subterrâneo. Na mitologia grega, epíteto aplicado às divindades infernais de origem subterrânea. (Guénon)