edifício

Qualquer edifício era sempre construído segundo um modelo cósmico; além disso, está expressamente especificado que a Loja é uma imagem do Cosmo, o que é sem dúvida a última lembrança desse dado que subsistiu até hoje no mundo ocidental. Assim sendo, a locação de um edifício devia ser determinada e “enquadrada” por alguma coisa que correspondesse, de certa forma, ao que se poderia denominar o próprio “quadro” do Cosmo; veremos a seguir o que isso significa, mas podemos dizer desde já que o traçado “materializado” pelo cordel representava, para se falar exatamente, uma projeção terrestre do Cosmo. Já vimos em outra ocasião alguma coisa semelhante no que diz respeito ao plano das cidades estabelecidas de acordo com as regras tradicionais; de fato, nesse caso e no dos edifícios tomados isoladamente, inexiste uma diferença essencial desse ponto de vista, pois se trata sempre da imitação de um modelo cósmico. (Guénon)



A figura acima com os vértices dos quatro esquadros e o centro da cruz, sendo os quatro ângulos e o centro do quadrado, correspondem aos “cinco pontos” pelos quais determinava-se tradicionalmente a locação de um edifício.


Na medida em que o edifício representa a realização de um “modelo cósmico”, o conjunto de sua estrutura, se reduzido apenas a sua base quadrada e seu domo em forma circular, estaria incompleto, pois na superposição dos “três mundos”, faltaria o elemento correspondente ao “mundo intermediário”. De fato, esse elemento existe também, visto que o domo ou a abóbada circular não pode repousar diretamente sobre a base quadrada e faz-se necessária, para permitir a passagem entre elas, uma forma de transição de algum modo intermediária entre o quadrado e o círculo, que é em geral a forma octogonal (v. octógono). (Guénon)