VIDE germe
Para passar daí à aplicação microcósmica, basta lembrar a analogia existente entre o pinda, embrião sutil do ser individual, e o Brahmanda ou o “Ovo do Mundo”. O pinda, enquanto “germe” permanente e indestrutível do ser, identifica-se por outro lado ao “núcleo da imortalidade”, denominado lûz na tradição hebraica. É verdade que, em geral, o lûz não é indicado como situado no coração, ou que pelo menos esta é apenas uma de suas diferentes localizações possíveis em correspondência com o organismo corporal, não sendo contudo a referência mais habitual. Essa localização, porém, é tão exata quanto outras e encontra-se onde deve estar, segundo tudo o que já foi dito, ou seja, lá onde o luz está em relação imediata com o “segundo nascimento”. De fato, tais localizações, que têm ainda relação com a doutrina hindu dos chakras, referem-se a outras tantas condições do ser humano ou fases de seu desenvolvimento espiritual. Assim, a localização na base da coluna vertebral refere-se ao estado de “sono” em que se encontra o lûz no homem comum; no coração se dá a fase inicial de sua “germinação”, que é propriamente o “segundo nascimento”; ao olho frontal corresponde a perfeição do estado humano, isto é, a reintegração no “estado primordial”; enfim, na coroa da cabeça está a passagem para os estados supra-individuais. Voltaremos ainda à correspondência exata dessas diversas etapas quando retomarmos o simbolismo da caverna iniciática. (Guénon)