Inicialmente, no século XVI, o termo era usado de forma depreciativa, em relação ao sistema de filosofia praticado nas escolas e universidades medievais. Os escolásticos procuraram dar sustentação teórica à verdade da doutrina cristã, assim como reconciliar pontos de vista contraditórios na teologia cristã; e, para esse fim, desenvolveram um método extremamente requintado de investigação das questões filosóficas e teóricas. Na história inicial da escolástica, muito material teológico foi organizado de forma sistemática. No século XII, os escolásticos estavam coligindo Sentenças, que eram citações ou sumários de dogmas compilados da Bíblia e da literatura patrística; ao interpretá-los (expositio, catena, lectio), eles adotaram gradualmente uma discussão sistemática de textos e problemas (quaestio, disputatio). Isso deu finalmente lugar a um sistema que tentou oferecer uma visão abrangente da “toda a verdade atingível” (summa), um desenvolvimento que coincidiu com uma clara progressão no sentido da autonomia intelectual, com pensadores da envergadura de Alberto Magno e Tomás de Aquino.

Os escritos sobre lógica tiveram um importante efeito sobre a escolástica; por volta de 1200, a “nova lógica” de Aristóteles, baseada em traduções de seus Analíticos, Tópicos e Refutações Silogísticas, tinha produzido uma teologia “científica” em contraste com os escritos bíblicos do século XII. Tomás de Aquino, por exemplo, acreditava que só a razão era necessária para entender verdades básicas acerca de Deus e da alma, embora a revelação divina ampliasse tal conhecimento. A ênfase atribuída à razão foi rejeitada em certa medida no século XIV, por homens como Guilherme de Ockham e João Duns Scotus. (DIM)