forças

A cruz gamada, precisamente considerada como a representação de uma encruzilhada, é a forma primitiva do caráter chinês hing, que designa os cinco elementos, e onde se veem as quatro regiões do espaço que correspondem aos pontos cardeais (que são de fato denominados fang, “esquadros” — v. esquadro), enquanto que a região central refere-se ao quinto elemento. Devemos dizer, contudo, que esses elementos, apesar da similaridade parcial de sua nomenclatura, não poderiam nunca ser identificados aos da tradição hindu e da antiguidade ocidental. E, para evitar qualquer confusão, seria sem dúvida melhor, como propuseram alguns, traduzir hing por “agentes naturais”, pois são na verdade “forças” que agem no mundo corporal, e não elementos constitutivos dos próprios corpos. No entanto, por serem resultantes de uma correspondência espacial, os cinco hing podem ser vistos como os arkan desse mundo, do mesmo modo que os elementos propriamente ditos o são de um outro ponto de vista, mas com uma diferença quanto à significação do elemento central. De fato, enquanto o éter, por não se situar no plano de base em que se encontram os quatro outros elementos, corresponde à verdadeira “pedra angular” do topo (rukh el-arkân), a “terra” da tradição extremo-oriental deve ser colocada em correspondência direta com a “pedra fundamental” do centro, da qual falamos anteriormente.

Os hing se associam às direções do espaço, assim: a água ao norte, o fogo ao sul, a madeira ao leste, o metal ao oeste, e a terra no centro. Existem três designações comuns com os elementos de outras tradições, no entanto a terra não tem a mesma correspondência espacial. (Guénon)


A teoria chinesa dos Cinco Elementos dataria do segundo milênio antes de nossa era, e teria aparecido em um pequeno tratado, considerado por alguns como sendo o mais antigo tratado da filosofia chinesa: o Hong-Fan.

Esses Cinco Elementos são: a água, o fogo, a madeira, o metal e a terra, que os chineses fazem corresponder aos cinco primeiros algarismos: 1 — 2 — 3 — 4 — 5.

Esses elementos têm correspondências no tempo e no espaço:

– a água com o baixo, o inverno, o norte (que se situa na parte baixa do mapa);

– o fogo com o alto, o verão, o sul;

– a madeira com a primavera e o este;

– o metal com o outono e o oeste;

– a terra está no centro, prestando assistência a todos os demais pontos e elementos.

A cada um dos elementos, os chineses fizeram corresponder um animal, uma víscera, uma cor, um sabor, uma planta, um modo da escala musical pentatônica e um planeta, o que os levou a dizer que tudo o que se encontrava sobre a Terra podia estar na dependência de um dos elementos (v. quadro).

Naturalmente, seria impensável (para os chineses) querer fazer com que os elementos agissem, sem reportar-se à ação do Yin e do Yang.

Os Cinco Elementos reagem uns sobre os outros, alternadamente produzindo-se um do outro, ou destruindo-se um pelo outro. Esse princípio de classificação e de equivalência responde à necessidade de harmonizar a vida humana e a ordem cósmica, sendo que o Yin e o Yang têm por função animar os aspectos antitéticos da ordem cósmica, ou seja, dos elementos que a compõem; é claro que a teoria dos Cinco Elementos não pode sei concebida sem eles. (DS)