índios do noroeste americano

Os índios do Noroeste, que nós associamos normalmente aos mastros totêmicos que eles só começaram a fazer após a chegada dos colonizadores, que lhes deram a conhecer os instrumentos de ferro, vivem numa região onde a pesca foi sempre capaz de lhes assegurar uma abundância alimentar que as tribos de caçadores não conheceram senão depois da chegada dos cavalos espanhóis do México. Os tlinguites, haídas, tsimmexianes, haislas, belaculas, cuaquiútles, nutcas, salixes, makah, quileutes, skokomish, chinook, tillamook, coo, tolowa, iuroques, hupas e caroques da Colúmbia Britânica e da costa noroeste dos Estados Unidos (Washington, Orégão) têm em comum várias instituições, crenças e rituais. A abundância de gêneros alimentares e a instituição de chefias permitem explicar opotlach, uma festa onde cada um distribui presentes aos outros membros da sua colectividade e aos seus vizinhos territoriais. A quantidade de bens distribuídos varia em função do estatuto social e calcula-se que os chefes, ou aqueles que aspiram a sê-lo, ofereçam (ou destruam) quantidades incalculáveis de bens. A mesma hierarquia social funcionava em virtude de um sistema de dívidas assaz complexo. Era precisamente o seu carácter não restituível que assegurava o poder social; pagar a dívida a alguém significava desonrar essa pessoa. Para além disso, a aristocracia tinha o monopólio do comércio com os inúmeros espíritos ancestrais. Vários índios do Norte e Noroeste acreditavam na pré-existência das almas em número limitado e na sua transmigração; tal fato explica com facilidade o culto dos antepassados e o respeito pelas suas marcas de reconhecimento, que só os descendentes podem arvorar.

A instituição do xamanismo, raramente hereditária e aberta geralmente a todo o indivíduo visionário, era conhecida em toda a região. Um xamã podia igualmente funcionar como um feiticeiro junto de um outro grupo social. A feitiçaria era punida com a morte.

Nas mitologias da costa Noroeste, a presença do Trickster, como o Corvo dos tlinguites, é muito forte.

As cerimônias mais importantes da região eram as danças extáticas durante o Inverno. (Eliade e Couliano)