(do lat. quidditas, de quid, o to ti en enai, de Aristóteles).
É o que responde à pergunta quid si (que é), em oposição à pergunta an sit (se é). O primeiro é a essência e o segundo, a existência. A quididade é expressa na definição. Na escolástica é sinônimo de forma, de essência, de natureza, etc., salvadas as distinções que há nesses termos. (MFSDIC)
O que se deve entender exatamente por esse termo “quididade”?
Etimologicamente quidditas designa a concepção formada para responder à questão quid: o que é? É tal coisa: quidditas. A quididade designa portanto a natureza profunda de uma coisa, sua essência, o que faz com que um ser seja tal. Enquanto os sentidos não percebem além dos acidentes exteriores, a inteligência vai até ao ser da coisa. Notar-se-á que as propriedades, os modos e os acidentes diversos de um ser podem, em si mesmos, ser concebidos pela inteligência como essências, ou a modo de “quididade”. Mas, de per si a inteligência é feita para captar antes a essência das coisas.
Esta “quididade”, que constitui o objeto próprio da inteligência humana, designa a natureza abstrata da coisa, isto é, a natureza considerada independentemente de tudo o que a singulariza ou a individua. É próprio da inteligência humana, com efeito, “conhecer a forma existente, em verdade, na matéria corporal, mas não enquanto está em tal matéria. Ora, conhecer o que está na matéria individual, mas não enquanto está em tal matéria, é abstrair a forma da matéria individual que as imagens representam”.
Liberta do que a torna singular, a “quididade” deve ser considerada como universal. Assim, contrariamente aos sentidos que não atingem além das realidades singulares, pode a inteligência ser definida como a faculdade do universal. (Gardeil)