O culto de Maria, mãe de Cristo, foi reconhecido na Igreja primitiva e formalmente aprovado no Concílio de Éfeso em 431. Durante toda a Idade Média, Maria foi venerada como a primeira entre todos os santos, com uma posição especial — expressa artisticamente e por escrito — como intercessora pelos pecadores no dia do Juízo Final. Suas festas eram especialmente reverenciadas e desempenhavam um importante papel no calendário medieval: a festa da Assunção em 15 de agosto, a Anunciação ou dia de Nossa Senhora a 25 de março, a Natividade em 8 de setembro, a Visitação em 2 de julho e a Purificação após o nascimento do Cristo a 2 de fevereiro (Candelária). A dedicação de igrejas a Maria proliferou. Seu papel tornou-se poderoso, como era de se esperar, na devoção popular; orações privadas a Maria passaram a ser uma característica da maioria das literaturas cristãs em vernáculo, enquanto que a Ave-Maria e os hinos à Virgem tornaram-se elementos destacados na liturgia e no culto institucional das Igrejas ocidental e oriental. A ênfase crescente sobre a humanidade do Cristo, que é uma característica marcante da Cristandade ocidental desde fins do século XI, coincide com a crescente glorificação da Virgem.
O culto de Santa Maria transcendeu todas as fronteiras de classes, atraindo tanto os elementos cavaleirescos da sociedade quanto os camponeses. A representação artística de Santa Maria em Bizâncio e no Ocidente reduziu os elementos formais e estilizados, preferindo concentrar-se na suavidade, humanidade e feminilidade da mãe de Cristo. (DIM)