Para Aristóteles, devemos conhecer ao mesmo tempo, relativamente ao sujeito da demonstração, que ele é, an est, e o que ele é, quid est. Se por um lado, com efeito, no início de uma pesquisa científica, não se coloca a questão da existência do sujeito cujas propriedades se desejar conhecer — ela é pressuposta — por outro lado, deve-se conhecer a natureza desse sujeito, o que ele é, sem o que jamais se poderia conhecer a natureza do termo médio, e em consequência, não se poderia jamais proceder à demonstração. A determinação de uma propriedade pressupõe, portanto, que seja pré-conhecida a existência e a natureza do sujeito ao qual ela pertence. É o que afirma Tomás de Aquino (11 Anal., 1, 1. 2, n. 3):

“O sujeito, por sua parte, tem uma definição, e seu existir não depende da propriedade, uma vez que ele já é conhecido anteriormente ao existir de sua propriedade. Segue-se que é necessário previamente saber do sujeito “o que ele é” e “que ele existe”. (Gardeil)