A vida na sociedade humana favorece a eclosão dos vícios sociais, mas isto não é, certamente, uma razão para não se resistir a eles, muito pelo contrário. Deve-se a vitória sobre os vícios aos homens que nos rodeiam tanto como a Deus, que nos observa e que nos julgará.
Está em primeiro lugar o orgulho; é se sobrestimar ao mesmo tempo que se subestima os demais; é a negativa a aceitar a humilhação quando a natureza das coisas a exige; e é ipso facto tomar por uma humilhação toda atitude que revela simplesmente nossos limites. Logo vem o egoismo: é não pensar mais que no próprio interesse e, por conseguinte, esquecer o dos demais. Neste setor donde se situam o egocentrismo e o narcisismo, sem esquecer a susceptibilidade. Depois está a necessidade: é a falta de discernimento entre o essencial e o secundário, e daí essa fealdade moral que é a mesquinhez; é também a falta de sentido das proporções, logo das prioridades. Quanto à maldade, é a vontade de prejudicar a outro, de uma forma ou outra; é especialmente a maledicência, a calúnia e o rancor. E, por último, a hipocrisia: consiste em praticar todos os vícios praticando ao mesmo tempo os atos de piedade, os quais, nesse contexto, se tornam sacrílegos. (Schuon PP)