Não vejo a personalidade como a fonte de todos os nossos problemas. Vejo a ignorância como a fonte de todos os nossos problemas. A ignorância é uma falsa identidade. É a crença e o sentimento de que nós, a consciência ou o que chamamos de “eu”, somos a personalidade. A ignorância é essa identidade equivocada. Quando há ignorância, todas as potencialidades da personalidade, todas as suas qualidades e características distintivas, são mal utilizadas e se tornam escravas da ilusão de ser uma entidade separada. Quando a ignorância cessa, o potencial da personalidade é realizado.
Vejo a personalidade como o conjunto de características distintas, tanto físicas quanto psicológicas, que são exclusivas de um ser humano. Não há nada intrinsecamente bom ou ruim em ter uma personalidade. Começa a haver um problema quando acredito que sou esse conjunto de características ou que sou um objeto, algo criado. Essa consciência invisível que temos do ser, que está ouvindo e entendendo essas palavras neste momento, acredito que seja o corpo-mente. O corpo-mente é frágil, depende de seu ambiente para sobreviver e, como resultado, todos os tipos de comportamentos e padrões são desencadeados por esse erro original, a crença de que sou um objeto. Esse é o pecado original, a origem de todos os conflitos na sociedade e em nós mesmos.