ÍNDIA — NAMA-RUPA — NOME-FORMA
Abade Stephane
A doutrina do “nome” e da “forma” [namarupa] é exposta em diversos Upanixades, especialmente no Chandogya Upanixade e no Brihadaranyaka Upanixade no tocante ao desenvolvimento dos nomes e das formas, Prashna Upanixade e Mundaka Upanixade no tocante à dissolução no ser que é liberado das condições de existência individual. René Guénon resume esta doutrina no capítulo XI das duas primeiras edições de “O HOMEM E SEU DEVIR SEGUNDO O VEDANTA”; nas edições seguintes este capítulo foi retirado.
Esta doutrina ajuda a entender uma expressão do Gênesis “dar nomes aos animais”, que significa “reconhecer a essência dos mesmos”, pois o nome de uma coisa designa “o que ela é”, e se opõe à forma considerada como o conjunto de limitações que determinam precisamente as aparências.
Heinrich Zimmer
As possibilidades técnicas e práticas do pensamento, em qualquer época, ficam assim rigidamente limitadas pela abrangência e riqueza do cabedal linguístico disponível: o número e alcance dos substantivos, verbos, adjetivos e conectivos. A totalidade deste cabedal é chamada na filosofia indiana de naman [em latim, nomen; em português, “nome”]. A substância com a qual a mente trabalha no ato de pensar está formada por este tesouro nominal de ideias. Naman é o reino interior dos conceitos, que corresponde ao reino exterior das formas percebidas, que em sânscrito se chama rupa, “forma”, “figura”, “cor” [pois não há forma ou figura sem cor]. Rupa é a contraparte exterior de naman; naman é o interior de rupa. Portanto, nama-rupa significa, por um lado, o homem que experimenta e pensa, o homem dotado de mente e sentidos, e por outro, todos os meios e objetos do pensamento e da percepção. Nama-rupa é a totalidade do mundo objetivo e subjetivo enquanto observado e conhecido. [Zimmer]