Tr. Antonio Carneiro
mahāguhyam: esta expressão deve normalmente se ler como mahā-guhyam e se traduzir « grande segredo ». Segue-se, no entanto, aqui a leitura, insólita certamente, mas possível, de Abhinavagupta que leu mahā-aguhyam. No P.T.v. (pp. 53-57), deu sucessivamente essas duas interpretações. Explica além disso que esse segredo é assim chamado por uma parte porque se acha escondido na caverna (guha) de māyā, que é ignorância da Realidade e, por outra parte, e sobretudo, porque a Realidade suprema, que é esse segredo, se acha na grande caverna (mahāguha) do Coração que é o lugar de nascimento e de reabsorção dos universos, a suprema beatitude, o ponto onde as três energias de Xiva (ou tridente: triśūla) estão em perfeito equilíbrio. É nesta caverna do Coração que Bhairava manifesta o duplo mantra AHAM e MAHA (cf. o coração, et o espaço do Coração, P.T.v., pp. 55-56 et Recherches pp. 348-350).