As tradições gregas, assim como as civilizações de Minos e Micenas, conheceram as máscaras rituais das cerimônias e das danças sagradas, as máscaras funerárias, as máscaras votivas, as máscaras de disfarce, as máscaras teatrais. Aliás, foi esse último tipo de máscara, figurando um personagem (prosopon), que deu nome à pessoa. Essas máscaras de teatro, geralmente estereotipadas (como no teatro japonês) sublinham os traços característicos de um personagem: rei, ancião, mulher, servidor etc. Existe um repertório dessas máscaras, assim como de peças de teatro e de tipos humanos. O ator que se cobre com uma máscara se identifica, na aparência, ou por uma apropriação mágica, com o personagem representado. É um símbolo de identificação. O símbolo da máscara se presta a cenas dramáticas em contos, peças, filmes, em que a pessoa se identifica a tal ponto com o seu personagem, com a sua máscara, que não consegue mais se desfazer dela, que não é mais capaz de retirá-la; ela se transforma na imagem representada. Se ela se revestiu, por exemplo, da aparência de um demônio, cia finalmente se identificou com ele. Pode-se imaginar todos os efeitos que é possível tirar dessa força de assimilação da máscara. Concebe-se também que a psicanálise tenha por objetivo arrancar as máscaras de uma pessoa, para colocá-la na presença de sua realidade profunda. (ChevalierDS)
LÉXICO: