Elémire Zolla
Místicos do Ocidente
Sulla base del tre (triangolo) si leva verso il punto del vertice (uno) la piramide, che nasce daj rapporto di quattro punti.
Il quattro è più perfetto del tre, affermavano i pitagorici; esso segna il concretarsi dell’armonia in forme visibili: è il quadrato della giustizia, corrisponde ai quattro elementi, alle quattro direzioni dell’orizzonte, alle quattro fasi della luna, alla ripartizione del circolo diviso da due diametri come dell’anno spartito in stagioni, alle quattro età dell’uomo, alle quattro virtù umane o cardinali (accanto alle tre divine o teologali); quattro figlie di Dio, dice San Bernardo, sono in lotta fra loro: Giustizia e Misericordia contro1 e Pace.
Carl Gustav Jung dice che la quaternità segna l’affiorare dell’inconscio alla coscienza; l’inconscio e il conscio sono stati uno poi si sono scissi, l’uno stando nella luce, l’altro nell’ombra; la loro divisione si è manifestata instabile, superficiale e turbata nel tre2.
Il quattro è il principio dei solidi geometrici, poiché «lo sperma corrisponde all’unità ed al punto, l’accrescimento in lunghezza alla diade ed alla linea, in larghezza alla triade e superficie, quello in profondità alla tetrade e ai solidi», come scrisse Teone di Smirne3.
La tetraktis è il rapporto fra 4 e 10 (10 = 1 + 2 + 3 + 4), inoltre gli elementi della piramide sono 10, cioè 6 linee e 4 punti.
René Guénon
O QUATRO DA CIFRA
Dentre as antigas marcas corporativas, existe uma que possui um caráter particularmente enigmático: trata-se daquela a que se dá o nome de “quatro de cifra”, pois tem de fato a forma do algarismo 4, ao qual se acrescentam muitas vezes linhas suplementares, horizontais ou verticais, e que se combina em geral, quer com diversos outros símbolos, quer com letras ou monogramas, para formar um conjunto complexo, ocupando sempre a parte superior. Esse signo era comum a um grande número de corporações, senão a todas; assim, não podemos saber a razão pela qual um escritor ocultista, além de atribuir de forma muito gratuita sua origem aos cátaros, afirmou ainda recentemente que esse signo pertencia com exclusividade a uma “sociedade secreta” de impressores e livreiros. É exato que seja encontrado em muitas marcas de impressores, mas não deixa de ser menos frequente entre os talhadores de pedras, pintores de vitrais, tapeceiros, para citar apenas alguns exemplos que são suficientes para mostrar que essa opinião é insustentável. Observou-se mesmo que particulares ou famílias haviam figurado esse mesmo signo em suas casas, sobre suas pedras tumulares ou em suas armas; mas aqui, em certos casos, tais inscrições devem atribuir-se antes aos talhadores que aos proprietários, embora em outros casos se tratasse de personagens que estavam unidos por algum laço, às vezes hereditário, a certas corporações.4 Seja como for, não resta dúvida que q signo em questão tem um caráter corporativo e uma relação direta com as iniciações de ofício. E, a julgar pelo seu emprego, parece ter sido essencialmente uma marca do grau de mestre.
Quanto à significação do “quatro de cifra”, evidentemente para nós a de maior interesse, os autores que a ele se referiram estão longe de um acordo, tanto que, em geral, parecem ignorar que um símbolo pode muito bem ser passível de várias interpretações diferentes que não se excluem de maneira alguma. Não existe nisso nada de surpreendente, apesar do que possam pensar aqueles que se mantêm num ponto de vista profano, pois não só a multiplicidade de sentidos é, de forma geral, inerente ao próprio simbolismo, como também, nesse caso e em muitos outros, pode ocorrer a superposição e até mesmo a fusão de diversos símbolos num só. W. Deonna, ao citar o “quatro de cifra”, entre outros símbolos figurados em armas antigas,5 e falando então, aliás de forma muito sumária, da origem e da significação dessa marca, mencionou a opinião segundo a qual ela representa o que denominou de maneira bastante extravagante como “o valor místico do algarismo 4”. Sem rejeitar inteiramente essa interpretação, preferiu entretanto uma outra, supondo “que se trata de um signo astrológico”, o de Júpiter. Este apresenta, de fato, em seu aspecto geral, uma semelhança com o algarismo 4. E é certo também que o uso desse signo pode ter alguma relação com a ideia de “mestria”. Apesar disso, no entanto, ao contrário da opinião do sr. Deonna, pensamos que tal associação é apenas secundária e que, por mais legítima que seja,6 nada mais fez que se juntar à primeira e principal significação do símbolo.
Não nos parece haver margem a dúvida de que se trate, antes de tudo, de um símbolo quaternário, não tanto por causa de sua semelhança com o algarismo 4, o que poderia em suma ser apenas de certo modo “adventício”, mas sim por uma outra razão mais decisiva: o algarismo 4, em todas as marcas em que figura, tem a forma exata de uma cruz em que a extremidade superior do esteio vertical e a extremidade de um braço horizontal estão ligadas por uma linha oblíqua. E não se pode contestar que a cruz, sem prejuízo de todas as suas outras significações, é essencialmente um símbolo do quaternário.7 O que confirma ainda mais essa interpretação é que existem casos em que o “quatro de cifra”, em sua associação com outros símbolos, mantém de modo evidente o lugar ocupado pela cruz em outras figurações mais habituais, delas diferindo apenas por esse detalhe. É o que acontece em especial quando o “quatro de cifra” aparece na figura do “globo do Mundo”, ou ainda quando encima um coração, tal como ocorre com frequência nas marcas dos impressores.8
O número quatro ou o quaternário, sempre e em toda parte, foi considerado como o número da manifestação universal. Portanto, ele indica a esse respeito, o próprio ponto de partida da “cosmologia”, enquanto que os números que o precedem, ou seja, a unidade (Um), o binário (dois) e o ternário (três), referem-se estritamente à “ontologia”. Assim, a especial evidência atribuída ao quaternário corresponde exatamente ao próprio ponto de vista “cosmológico”.
No início dos Rasail Ikhwan Eç-Çafa, os quatro termos do quaternário fundamental são assim enumerados: 1º) o Princípio, designado como El-Bari, o “Criador” (o que indica que não se trata do Princípio supremo, mas apenas do Ser, enquanto princípio fundamental da manifestação, que além disso é, de fato, a Unidade metafísica); 2º) o Espirito universal; 3º) a Alma universal; 4º) a hyle primordial. [Guénon]
La dottrina della quaternità fu esposta da Carl von Eckartshausen (il quale forse ispirò a Goethe passi sul mistero del quattro, numero nel quale ritorna l’unità, cioè simbolo di compiutezza). La filosofia moderna (Fichte, Schelling, Hegel) concepisce invece la compiutezza come triade. La dottrina è pitagorica, poiché le quattro corde della lira danno gli intervalli fondamentali: ottava, quinta, quarta, e tono (Plutarco, De musica, c. 23, citando Aristotele). ↩
P. Kurcharski, Etude sur la doctrine pythagoricienne de la tétrade, Parigi, 1952, p. 35. ↩
Já fizemos em outra ocasião referência a laços desse gênero a propósito dos maçons “aceitos” (Aperçus sur l’initiation, cap. XXIX). ↩
Annes avec motifs astrologiques et talismaniques, na Revue de l’Histoire des Religions, jul.-out. 1924. ↩
Encontramos por sinal um outro caso da mesma associação do simbolismo de Júpiter ao quaternário na quarta lâmina do Tarô. ↩
A cruz representa o quaternário sob seu aspecto “dinâmico”, enquanto o quadrado o representa sob seu aspecto “estático”. ↩
O coração encimado por uma cruz é naturalmente, na iconografia cristã, a representação do “Sagrado Coração” que, por outro lado, do ponto de vista simbólico, é uma imagem do “Coração do Mundo”; se nos lembrarmos que o esquema geométrico do coração é um triângulo com a ponta para baixo, teremos que o símbolo em questão é precisamente o símbolo alquímico do enxofre em posição invertida, o que representa a realização da “Grande Obra”. ↩