René Guénon

Segundo Christophe Andruzac, a mensagem de Guénon deve ser designada de uma maneira final como uma Sabedoria Iniciática: com efeito, o autor estabelece uma ligação estreita entre a Simbólica, que não é propriamente uma obra humana, e o que ele chama a Realização, que é no homem uma obra similarmente não humana. Guénon observa que o conhecimento contemplativo desta Simbólica se realiza segundo um modo de continuidade histórica (as perdas acidentais sento muito demoradas a reconstituir), e não hesita em utilizar o testemunho convergente de diversas Tradições para afirmar que esta Simbólica encontra sua fonte (não quanto a seu objeto mas quanto ao modo de sua realização na terra) em nossos primeiros pais que tinham o poder de «nomear» as coisas — equivale a dizer que tinham um olhar perfeitamente contemplativo — e para concluir que a Realização do Iniciado não é outra senão uma certa participação ao estado primordial da humanidade, o estado edênico ou adâmico, do qual a cessação é diversamente explicada: falta pessoal ou degradação inerente a ciclos cósmicos. Que quer que seja, o dom que o Sábio que cultiva a vida do Nous recebe do divino não se eleva de nada outro senão da ordem chamada «preternatural» pela Doctrina Sacra. Para chegar à Sabedoria, quer dizer viver na contemplação, o homem deve lutar contra um atavismo da situação presente da humanidade que amarra o homem a seu psiquismo, a seu egoísmo e a suas paixões sensíveis. Para quem vive de sua vida corporal, a Liberação é este empreendimento longo, laborioso e penoso (mas que será amplamente recompensado por estes «estados de alegria», como dizia Aristóteles) que faz passar do psíquico ao pneumático ou, no plano da inteligência, da razão discursiva ao Nous. É evidente que esta Liberação nada tem a ver com a Salvação definida pela Doctrina Sacra.

Francisco García Bazán fez uma síntese notável da vida e obra de René Guénon, de onde fizemos excertos em Guénon Homem e Contexto. Existem na Internet várias páginas apresentando biografia, bibliografia, ensaios e comentários sobre a obra de René Guénon, dentre as quais recomendamos:


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