Schwaller Rei

SCHWALLER DE LUBICZ — O REI DA TEOCRACIA FARAÔNICA

VIDE: BASILEIA
O REI
O princípio real sobre o qual se apoia o Egito Antigo nada tem em comum com nosso conceito de Rei.

Não se trata jamais de um homem com nossos Luiz, Carlos, Francisco, etc. O Rei reinando é um símbolo, um pretexto para dar corpo ao sentido mítico, místico — e hermético — da corporificação de um raio da luz de origem, o «Verbo criador» horiano que, pela Queda na Natureza, está aprisionado na terra por Seth. Este «Fogo em terra» é Ptah (o Héphaïstos grego) enquanto Neter. O Rei será animado pelo aspecto «horiano» (luciferiano) do arcanjo caído.

O ritual do Templo explica a realização real da luz horiana, pelas fases que deve passar para alcançar sua exaltação corporal, em suma o que nossa Idade Média denominava a «pedra filosofal». Isto é o Rei de origem divina, e todo-poderoso nas coisas da Natureza criada.

Atribui-se então aos Rei reinante os títulos e qualidades do que ele simboliza nas fases do Devir. Para esta simbolização do objeto da Ciência sagrada mantém-se uma ligação entre o sentido esotérico do mito — logo da base da religião — a ciência em geral, e o Rei enquanto chefe da organização social. Esta é a verdadeira significação de uma ordem teocrática e não deve se confundir com uma realeza comandada por um organismo religioso.

A sucessão de etapas da marcha real, desde sua origem até a realização formal — quer dizer a obra de sua realização, que é descrita pelo ritual — é também o quadro dos nomes místicos da genealogia dos Reis deste Império: uma gestação pela qual a gestação embrionária do homem é a imagem da encarnação do Espírito.

O que simboliza o Rei é a meta que deve alcançar todo mortal: o Antropocosmo realizado: A via para esta meta está traçada pelo ensinamento religioso e o exemplo está sempre presente. É permanecer positivo no caminho mais abstrato.

Perenialistas – Referências