Jean Richer: ICONOLOGIA E TRADIÇÃO [JRIT]
É o signo do equinócio da primavera. Capiteis com cabeças de carneiros se encontram em igrejas cristãs no norte da Grécia. O pavão e o cervo são também usados como figuração do equinócio, assim como o pato selvagem e a lebre.
Os pavões e os cervos serão interpretados como representando as almas sedentas de Deus: «Como um cervo brama diante das águas correntes, assim minha alma suspira por ti, ó Deus. Minha alma tem sede do Deus vivo» (Salmo 41).
O símbolo do pavão é relativamente complexo e do ponto de vista astral, comporta elementos dificilmente conciliáveis. O pássaro, originário da Índia veio para a Grécia pela Pérsia e a Anatólia, em Samos, pavões eram consagrados a Hera. Assim se relacionaram com o mês ateniense de janeiro-fevereiro porque a Lua Cheia (Hera) aí se encontrava quando o Sol-Zeus estava no SIGNO DE LEÃO.
A iconografia cristã e bizantina se inspiram no que se lê sobre o pavão em Aristóteles e Plínio o Ancião, especialmente o fato que o pavão perde sua plumagem na queda das folhas e que um novo rabo lhe cresce na floração, o que remete aos equinócios. A ideia de imortalidade também se associou ao pavão, conforme citado por Agostinho de Hipona por sua carne imputrescível. Antonio de Pádua cita: «na ressurreição onde todas as árvores, quer dizer os santos começam a reverdecer, este pavão (que não outro senão nosso corpo) que rejeitou as plumas da mortalidade, receberá aquelas da imortalidade».