Tag: Poesia
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“Poema Sacro” da Divina Comédia (Canteins)
in DanteCanteinsD O segundo ponto é a qualidade de “Poema Sacro” da Divina Comédia. A expressão é do próprio Dante, que a emprega duas vezes no Paraíso. A raridade e a exclusividade desse uso são significativas: à medida que desenvolvia sua obra, Dante tomou consciência mais precisa da natureza do texto que estava criando e comunicou…
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Simbólica do Sonho – Capítulo 1 (parcial) (Schubert)
in Romantismo(Schubert1982, as letras em colchetes se referem a notas do autor, ainda não postadas) No sonho, e já naquele estado de delírio que frequentemente precede o sono, a alma parece falar uma linguagem completamente diferente da habitual. Certos objetos da natureza, certas propriedades das coisas repentinamente designam pessoas e, inversamente, tal qualidade ou ação se…
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Babel, mito recursivo da confusão de línguas (Schubert)
in RomantismoApresentação de Patrick Valette (Schubert1982) Depois de traçar o destino da natureza e do homem em um cenário dramático característico de toda teosofia autêntica, o autor propõe examinar as consequências dessa confusão de línguas. Elas são múltiplas e, mais uma vez, percebemos uma influência martinista inegável. Primeiro, a natureza tornou-se o receptáculo do amor que…
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A linguagem mítica
Apresentação de Patrick Valette (Schubert1982) O sonho e a poesia, vestígios de uma idade de ouro já extinta, foram, portanto, dois modos de expressão característicos dessa linguagem primitiva que o homem das origens falava espontaneamente, sem recorrer à consciência e à vontade. Mas há um terceiro elemento — exposto no terceiro capítulo — que é…
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Linguagem onírica, presente no mundo da poesia e da revelação
in RomantismoApresentação de Patrick Valette (Schubert1982) Mas Schubert não se limita apenas ao domínio onírico. No segundo capítulo, ele propõe comparar o mundo do sonho ao da poesia e da revelação. O sonho compartilha com a poesia e a profecia “essa linguagem feita de imagens e hieróglifos, utilizada pela Sabedoria Suprema em todas as suas revelações…
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Goethe – Fausto e Helena
in Goethe(Hadot2018) “Então o espírito não olha nem para frente, nem para trás. Só o presente é nossa felicidade”. Quando, no Fausto II, o herói de Goethe pronuncia essas palavras, parece haver alcançado o ponto culminante de sua “busca da mais elevada existência”. A seu lado, no trono que fez erguerem para ela, está sentada Helena,…
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Goethe, Dichtung und Wahrheit
(Deghaye2000) Ao ler este relato, somos levados a interpretar retrospectivamente a reação de Goethe quando, ainda jovem estudante em Leipzig, ele visitou o museu de Dresden. O discípulo de Friedrich Oeser, que pregava o evangelho do Belo sob a invocação de seu amigo Winckelmann, não deveria se apressar em direção às obras antigas? Pois bem,…
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Conhecimento poético (Abellio)
(Abellio, Serant1955) Costuma-se indicar que a gnose possui seu instrumento próprio, que é o raciocínio por analogia: a interdependência universal resultaria assim de aproximações qualitativas (enquanto as da ciência são quantitativas), e a percepção das analogias, ao estabelecer correspondências entre os diferentes “níveis” da realidade, tenderia a destacar focos de sentido chamados “símbolos”, dos quais…
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poesia
(gr. poiesis; lat. poesia; in. Poetry; fr. Poésie; al. Dichtung; it. Poesia). Forma definida da expressão linguística, que tem como condição essencial o ritmo. Podem-se distinguir três concepções fundamentais: 1) a poesia como estímulo ou participação emotiva; 2) a poesia como verdade; 3) a poesia enquanto modo privilegiado de expressão linguística. 1) A concepção de…
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Louis Cattiaux: Mensagem reencontrada (oração)
Oração formando uma Estrela de Davi, onde a primeira parte é um triângulo em pé e a segunda um triângulo invertido. Pai dourado que estais por tudo e que repousais no sol e na terra santa. Dai-nos a inteligência de vossas formas e o amor de vosso Ser. Apagais nossa mácula, tirai-nos da lama onde…
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Quintana: O velho e o acaso
O velho mendigo que neste momento acaba de encontrar num monte de sucata a lâmpada de Aladino — tão amassada, tão enferrujada e de feitio tão esquisito — eis que ele a abandona e leva em vez dela uma útil chaleira. Uma chaleira sem tampa, digo eu, para os que gostam de pormenores. E não…
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Ricardo Reis: poesia é arte
Quando há alguma coisa de belo a dizer em vida, esculpe-se; quando há alguma coisa de belo a dizer em alma, faz-se versos. A prosa é para a correspondência – quer a correspondência particular, quer a correspondência geral, chamada literatura. A poesia não é literatura: é Arte. – Pessoa por Conhecer – Textos para um…
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Garcin de Tassy (Attar) – A poesia filosófica persa
Segundo os sufis afegãos, o vinho significa direção; sono, meditação nas perfeições divinas; perfume, a esperança do favor divino; o zéfiro, as explosões de graça; os beijos, os transportes de piedade. Os idólatras, os infiéis, os libertinos não são outros senão aqueles que possuem a verdadeira fé; seu ídolo é o criador, a taberna é…
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Daumal (RDCC:230-233) – Utilidade da Poesia
(RDCC) (Sâhitya-darpana, IRE Section, intitulée « Nature essentielle de la poésie », début : ) Om! Salut à Ganeça! — Au commencement de son livre, l’auteur, pour écarter les obstacles à la complète réussite de la tâche qu’il désire mener à bien, se tourne vers la suprême autorité en matière de langage — la divinité…
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Silburn (AGP:16) – poesia
As impressões latentes e adormecidas que são a condição sine qua non da alegria sentida e que, como vimos, só despertam sob certas condições, não são despertadas no mesmo grau por toda poesia. A escola Dhvani distinguiu vários tipos de poesia: o mais baixo dificilmente merece o título de poesia; é chamado de “dira”, porque…
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Albert-Marie Schmidt : Haute science et poesie française au seizieme siècle
Les Cahiers de’Hermès.Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947 Remarques préliminaires Le présent essai traite principalement de l’influence des doctrines ésotériques sur la notion du monde qu’illustrèrent divers poètes de la Renaissance française. Et pourtant il ne peut être considéré comme une contribution à l’histoire de l’ « Occultisme ». Certes, Cornélius Agrippa, dès la…
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poeta
Se os poetas trágicos «percebem de todas as artes», então sabem de «todas as coisas que concernem ao humano, a respeito da excelência e da sua perversão». Se não, estão «afastados» da realidade, a um distanciamento dos fenômenos do horizonte humano (πρᾶξις (praxis)) idêntico àquele que se pode constituir relativamente aos entes por natureza (φύσει…