castas

A repartição das castas na cidade segue exatamente o curso do ciclo anual, que começa normalmente no solstício de inverno. É verdade que certas tradições fazem o ano começar num outro ponto solsticial ou equinocial, mas trata-se, então, de formas tradicionais em relação mais particular com certos períodos cíclicos secundários. O norte, considerado como o ponto de partida mais elevado (uttara), e que também marca o ponto de partida da tradição, convém naturalmente aos brâmanes. Os chátrias colocam-se no ponto que vem a seguir na correspondência cíclica, ou seja, no leste, o lado do sol nascente. Da comparação dessas duas posições poderíamos inferir, de forma legítima, que o caráter do sacerdócio é “polar”, enquanto o da realeza é “solar”, o que seria confirmado por muitas outras considerações simbólicas. Esse caráter “solar” talvez tenha relação com o fato de que os Avataras dos tempos “históricos” tenham saído da casta dos chátrias. Os vaixiás vinham em terceiro lugar e tomavam lugar ao sul; com eles termina a sucessão das castas “duas vezes nascidas”. Resta para os sudras apenas o oeste, que é considerado em toda parte como o lado da obscuridade. (Guénon)

Lendas, René Guénon