Ao mesmo tempo em que figura o “olho do coração”, o iod, de acordo com uma de suas significações hieroglíficas, representa também o “germe” contido no coração assimilado simbolicamente a um fruto, o que pode aliás ser entendido tanto no sentido macrocósmico quanto no microcósmico. Em sua aplicação ao ser humano, essa última observação é comparável às relações do “terceiro olho” com o luz, do qual o “olho frontal” e o “olho do coração” representam em suma duas “localizações” diferentes, e que é também o “núcleo” ou o “germe da imortalidade”. Ainda muito significativo sob certos aspectos é que a expressão árabe aynul-khuld apresenta o duplo sentido de “olho da imortalidade” e “fonte de imortalidade”, o que nos reconduz à ideia de “chaga” sobre a qual falamos mais acima, pois, no simbolismo cristão, o duplo jato de sangue e água que escapa da abertura do coração de Cristo refere-se também à “fonte da imortalidade”. É esse “licor da imortalidade” que, segundo a lenda, foi recolhido no Graal por José de Arimateia. E lembraríamos por fim, a esse respeito, que a própria taça é um equivalente simbólico do coração e que, como este, constitui-se também num dos símbolos esquematizados tradicionalmente pela forma do triângulo invertido. (Guénon)