cometas

Tal como os eclipses, os cometas são igualmente úteis para a datação precisa de crônicas, embora os historiadores nem sempre conheçam suas datas corretas. O cometa de Beda, datado de 678, foi realmente de 676, e seus “dois” cometas de 729 podem ter sido subconscientemente deslocados para um ano antes a fim de precederem duas mortes. Por certo, na Crônica Anglo-Saxônica, um copista transferiu o cometa de 989 para 995, para que precedesse a morte em vez da elevação do arcebispo Sigerico. A data correta de cometas pode ser determinada com maior segurança baseada em relatos objetivos do Extremo Oriente do que se confiarmos nos cronistas cristãos.

O cometa de Halley, que volta a cada três quartos de séculos, foi especialmente impressionante na Idade Média, aparecendo em 451, 530, 607, 684, 760, 837, 912, 989, 1066, 1145, 1222, 1301, 1373 e 1456. É descrito na tapeçaria de Bayeux como um presságio da conquista normanda da Inglaterra. Na Rússia (Moscovia), foi igualmente interpretado como um augúrio militar. A Crônica Lavrentiesky declara: “Por essa época observou-se um sinal no ocidente. Uma estrela muito grande, com raios de sangue, erguia-se ao cair da noite, depois que o sol se punha, e ali ficou durante sete dias. Essa aparição não significava nada de bom. Depois disso, houve muitas lutas internas e uma invasão da terra russa pelos infiéis. Tudo isso aconteceu porque a estrela era sangrenta e prenunciava derramamento de sangue.” Em Constantinopla, o cometa de Halley de 530 foi responsabilizado pela seca, fome e mortalidade que se seguiu em 536. Contou Toscanelli: “Sua cabeça era redonda e tão grande quanto o olho de um boi, e dela saía uma cauda em forma de leque, como a de um pavão. Era uma cauda prodigiosa, pois arrastava-se através de um terço do firmamento.” Outros cometas importantes foram vistos em 539, 565, 770, 773, 838, 975, 1006 (Supernova), 1106, 1264, 1337, 1366, 1402, 1468 e 1472. Ver astronomia (DIM)

DIcionário da Idade Média